O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo central fechou o ano de 2024 com déficit primário de 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), sem levar em conta os gastos com as enchentes no Rio Grande do Sul.
A meta de resultado primário para o ano passado, sem levar em conta as despesas com o Rio Grande do Sul, era de déficit zero, com intervalo de 0,25 ponto percentual para cima e para baixo.
Segundo o ministro, as medidas do pacote fiscal aprovado pelo Congresso Nacional possuem “sutilezas” que darão ao governo capacidade para gerir o conjunto de despesas obrigatórias.
Ele explicou, ainda, que o crescimento da economia no segundo semestre do ano passado chegou num patamar que “começou a preocupar pelo lado da inflação e pelas contas externas”, por isso, disse, “foi feito conjunto de medidas de contenção de gastos”.
Essa postura de controle fiscal, garantiu Haddad, vai continuar neste ano. “Tive três horas de reunião ontem com presidente Lula para sermos diligentes [neste ano]”, relatou.
Haddad também falou que o governo tem que se comunicar melhor, de maneira mais eficiente. “Não podemos deixar brechas para os resultados que queremos atingir”, disse.
O ministro afirmou que é preciso olhar além dos dados do resultado primário.
Haddad ainda afirmou que a pasta calcula crescimento de 3,6% do PIB de 2024, podendo ser maior. “[Teremos] um crescimento entre 3,4% e 3,6%. Nossa projeção é 3,6%”, disse.
A projeção mais recente da pasta para o crescimento da economia no ano passado, divulgada em novembro pela Secretaria de Política Econômica (SPE), era de 3,3%.
Na entrevista, Haddad disse que em dois anos o governo federal gerou “crescimento [econômico] de 7% e 3,5 milhões de empregos, com distribuição de renda e aumento da renda do trabalhador”.