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Governador do Rio critica vetos de Lula ao Propag | Brasil

Redação
por Redação

O governador do Rio, Cláudio Castro, criticou na rede social X os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). O texto sancionado foi publicado nesta terça-feira (14) no “Diário Oficial da União” (DOU).

Segundo o governador, a negociação, na qual técnicos do governo federal participaram ativamente e que motivou a aprovação unânime das duas casas legislativas, mostra “a falta de palavra e compromisso republicano que permeiam esses vetos! Mostra a total falta de compromisso com o diálogo institucional que tanto tem sido bradado quando interessa!”

Castro continuou: “Vetar o uso do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR), aprovado na reforma tributária, para o abatimento da dívida e permitir assim que os Estados possam abater 20% das suas dívidas e ingressar em um ambiente de menos juros, na prática, mata o programa.”

Segundo ele, a revisão das dívidas dos Estados não é um tema de hoje. “Há dois anos, iniciamos esse debate dentro do consórcio que reúne os Estados do Sul e Sudeste (Cosud), e que, juntos, representam mais de 75% de todas as riquezas do Brasil, celeiro da indústria nacional, berço do petróleo, da pecuária e do turismo, e que, juntos, detêm mais de 90% das dívidas com a União.”

Disse ainda Castro: “Essa discussão sempre encontrou amparo numa ideia de que juros e mais juros inviabilizariam não só a quitação desses débitos, mas, sobretudo, prejudicariam o desenvolvimento do país.”

O governador do Rio também fez um testemunho pessoal: “Por longos dois anos, percorri os corredores do Congresso Nacional conversando com deputados e senadores, sem nunca distinguir se eram de esquerda, direita ou centro, governo ou oposição. Afinal, quando somos eleitos, essas questões devem ser colocadas de lado, porque há brasileiros e brasileiras que precisam da nossa união para levarmos mais e melhores serviços públicos.”

“Quando o Propag surgiu no Senado Federal, depois desse amplo debate a que me referi acima, discutimos com o Ministério da Fazenda e com todas as bancadas da Câmara e do Senado. O resultado disso foi a aprovação unânime nas duas casas legislativas, mostrando que esse tema nunca foi de um ou outro, nem de benefício de partidos políticos. Repito: esse debate foi pautado pelo mais alto espírito público.”

“E, agora, o veto ao uso do FNDR para abatimento da dívida representa, ainda, uma quebra de acordo. Repito: o texto foi acordado com o Ministério da Fazenda, líderes do governo e da oposição.”

Segundo Castro, é sabido que, nos corredores do Palácio do Planalto, “pessoas de baixo espírito público eram contra a sanção do Propag, alegando que esse projeto beneficiaria apenas os Estados governados por aqueles que não apoiaram a eleição do atual Presidente da República.”

“É dessa visão míope que se alimenta o ódio entre as pessoas, que gera violência política e mantém nosso país refém de um ambiente tóxico, onde alguns insistem em dividir o país entre os bons e os maus, os de direita e os de esquerda, os de situação e os de oposição.”

Segundo Castro, é preciso dar um basta nesse Brasil dividido. “O Presidente Lula perde uma oportunidade histórica de mudar definitivamente os erros que comprometem o federalismo brasileiro. É uma pena que seus conselheiros não tenham tido o espírito público de elevá-lo ao patamar de ser o primeiro presidente do país a realmente resolver, por definitivo, a dívida dos Estados.”

Segundo Castro, o Rio de Janeiro vai continuar o trabalho de austeridade com as contas públicas, boa gestão dos recursos, mantendo a máquina pública e priorizando investimentos em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança. “E manteremos os salários dos servidores em dia, além do pagamento de fornecedores. É nossa prioridade.”

Castro continuou: “Porém, infelizmente, com essa decisão, vamos ter que reavaliar nossa política de investimentos. Os concursos para a segurança pública serão comprometidos, os investimentos nos hospitais de câncer de Nova Friburgo e Duque de Caxias precisarão ser repensados. A partir do retorno do ano legislativo no Congresso Nacional, vou lutar para que seja derrubado esse veto, pois confio que o acordo quebrado agora será restaurado pelo parlamento brasileiro. O Brasil precisa de união.”

Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro, criticou a sanção do Propag com vetos — Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fonte: Externa

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