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Fornecedores de alimentos se adaptam para acompanhar tendências | Refeições coletivas

Redação
por Redação

Do total de vendas da indústria de alimentos em 2023, mais de 27% foi para o food service, o equivalente a R$ 234,9 bilhões, um aumento de 11,9% em relação a 2022, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos. Uma parte significativa desse volume corresponde à oferta de produtos pré-processados, como carnes cortadas e porcionadas, molhos semi-prontos, vegetais higienizados e fatiados, que facilitam o manuseio, diminuem o tempo de preparo e, consequentemente, reduzem os custos dos clientes com mão de obra.

Com 22 unidades de produção de alimentos preparados – todas habilitadas para produzir para o food service –, 8 de processamento de suínos, 31 de aves e 18 centros de distribuição, a Seara conta com 700 produtos em linha no Brasil, desses 75 para venda exclusiva em canais de food service. Segundo Fernandes, há uma escalada global da mudança de hábitos de consumo de alimentação dentro e fora de casa. “Nosso papel como indústria é dar suporte e ferramentas para os clientes puxarem o desenvolvimento do setor”, assegura.

A opinião é compartilhada por Ricardo Marques, vice-presidente Unilever Food Solutions América Latina. “Fazer com que os menus acompanhem as tendências face a um consumidor em constante mudança é desafiador, principalmente num mercado tão fragmentado como o brasileiro, no qual 70% das operações de food service são independentes”, diz. “Sem contar a dificuldade de gerenciar custos elevados”. Visando atender com mais assertividade as demandas, a Unilever investiu na digitalização da comunicação e ampliou o compartilhamento de conteúdo.

“O objetivo é ter a oferta correta no momento certo e para cada perfil de estabelecimento”, afirma Marques. “Queremos compartilhar conhecimento e no segmento de refeições coletivas batemos forte nas questões técnicas, a fim de ajudar as cozinhas no preparo de maneira mais eficiente. Nosso papel como fornecedor é agregar eficiência”. Como exemplo, ele cita o tomate desidratado de baixa acidez, que funciona como base para várias receitas, mas que ainda exige mudança de hábitos no uso.

Dentro da proposta de gerar conteúdo que faça a diferença, a Unilever Food Solutions lançou o relatório Menus do Futuro 2024, que apresenta as oito tendências globais que estão moldando o setor de food service. As principais mudanças para os restaurantes incluem uma demanda crescente por combinações de sabores inesperados, integração de pratos à base de vegetais e foco na maximização de ingredientes para reduzir o desperdício de alimentos na cozinha. “Por meio do Menus do Futuro, oferecemos aos chefs inspiração para receitas de tendências e ideias de cardápios sustentáveis”, diz Marques. “Apresentamos técnicas fundamentais, como defumação, decapagem e fermentação, como forma de combinar diferentes sabores e texturas, assim como produtos que garantem sabor e reduzem o tempo de preparo”. O executivo observa que o combate ao desperdício é uma tendência forte. O Brasil é o décimo país que mais desperdiça alimento no mundo.

Michele Funari, diretor comercial e de marketing da Grano, uma das primeiras indústrias a oferecer vegetais congelados no país, adverte que a mudança de perfil de consumo que busca mais praticidade, alimentos minimamente processados e mais saudáveis tem levado a indústria a sair da zona de conforto. “De 2021 para cá houve um crescimento de 25% na venda de seleta de legumes, ao mesmo tempo que os ultraprocessados perderam espaço”, afirma. “Tão importante quanto a adaptação do mix é a oferta de soluções padronizadas, com produtividade alta, que reduzam a possibilidade de erro”. Nessa linha, a Grano investirá em 2025 no crescimento e inovação da linha de temperos. Alho, cebola, salsinha e cebolinha, que demandam mão de obra, tempo e geram desperdício.

Com 17 mil clientes e fábrica em Serafina Corrêa (RS), a Grano responde por 40% do mercado de vegetais congelados, tendo o brócolis e a couve-flor como carro-chefe. O segmento de food service é responsável por um terço do negócio. Ao todo são mais de 200 variações de vegetais entre os monoprodutos e suas combinações. A indústria opera no sistema de integração, dando suporte técnico aos cerca de 120 agricultores familiares associados, com contrato de compra das safras produzidas o ano todo. “Fornecemos o know how técnico para escolha das melhores sementes e nossa equipe de agrônomos acompanha a produção”, diz Funari. “Em junho deste ano estreamos no mercado de capitais levantando R$ 70 milhões em um Certificado de Recebíveis do Agronegócio, CRA Social, que foi distribuído às famílias de agricultores, numa mostra do nosso compromisso com os produtores”.

Fonte: Externa

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