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Fitch: Surpresas no PIB do Brasil ainda não mudam estimativa para crescimento de médio prazo | Finanças

Redação
por Redação

Ainda que o crescimento da economia brasileira venha consistentemente surpreendendo os analistas de mercado e economistas nos últimos anos, a agência de classificação de risco Fitch não revisou, neste momento, sua estimativa para a tendência de médio prazo da economia local, que se mantém por volta de 2%. Segundo a chefe de ratings soberanos para Ásia e Américas da Fitch, Shelly Shetty, é notável que o Brasil tenha feito uma série de reformas nos últimos anos, mas ainda há desafios no ambiente doméstico.

Apesar disso, Shetty reconhece que há, nos últimos anos, uma consistente surpresa com os dados do crescimento da economia brasileira.

“Não há como negar que o Brasil é um dos únicos países entre os emergentes que fez uma série de reformas nos últimos anos. Houve uma reforma da previdência, reformas no mercado de trabalho, a independência do Banco Central, a privatização da Eletrobras… E é verdade, ao que tudo indica, que essas reformas continuam no governo atual, que recentemente aprovou uma reforma tributária que tem potencial de simplificar o sistema tributário. Nesse sentido, a melhora na produtividade pode acontecer”, enfatizou a executiva.

“Por que não aumentamos, então, nosso crescimento potencial para o Brasil? Somos uma agência de risco de crédito e, portanto, somos um pouco mais conservadores. A taxa de investimento ainda é baixa, o que tende a impactar no crescimento potencial. Além disso, quando discutimos taxa neutra de juros no Brasil [aquela que não acelera e nem desacelera a economia] as discussões estão muito mais inclinadas à taxa neutra ser mais alta, e não mais baixa, principalmente pelas preocupações relacionadas à dinâmica da dívida”, afirmou Shetty.

A Fitch revisou recentemente a sua projeção para o crescimento da economia brasileira. Segundo a executiva, a estimativa da instituição passou para um avanço de 2,8% no PIB de 2024, frente a uma projeção anterior de 1,7%.

“As condições de mercado se mantiveram favoráveis, o mercado de trabalho permanece bastante saudável, com desemprego perto das mínimas de muitos anos, os salários seguem crescendo e, inclusive, o salário mínimo também teve ganhos reais. O gasto público também teve um papel importante na atividade econômica, bem como o crescimento do crédito, que também se manteve favorável. O consumidor brasileiro se comportou muito bem. O investimento vinha recuando no último ano, mas também vimos alguma recuperação agora”, disse.

— Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Fonte: Externa

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