A incorporadora EZTec quer ser mais agressiva em sua estratégia de vendas neste ano, segundo afirmou o diretor-presidente, Silvio Ernesto Zarzur, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (15). O estoque da empresa terminou o ano avaliado em R$ 2,66 bilhões em valor geral de venda (VGV), queda de 6%, mas parte significativa é de unidades prontas (30,7%).
A empresa quer aumentar a velocidade de venda, para sustentar um crescimento de lançamentos, que caíram 45% no ano passado, para R$ 987 milhões, em estratégia para reduzir estoque, segundo a incorporadora.
“Vou usar todas as armas que podemos usar para ajudar nisso”, disse Zarzur. Entre elas, estão conceder desconto no preço da unidade e financiar diretamente o cliente.
A carteira de alienação fiduciária — empréstimos com garantia no imóvel — da EZTec ficou em R$ 387 milhões em 2023, alta de 6,6% sobre 2022. Segundo Zarzur, não há motivo para se desfazer dela, porque a empresa tem ganhado ao financiar o comprador, com taxas de cerca de IPCA mais 8% a 10% ao ano.
Outro objetivo da EZTec é voltar a lançar na região metropolitana de São Paulo, contou o presidente, citando as cidades de Osasco e São Caetano. “Entendemos que conseguimos ter concorrência menor e, por isso, margens um pouco melhores”.
A empresa deve se focar no segmento de renda média. Os projetos que são feitos sem parcerias se concentram nessa faixa de renda. Na alta renda, a EZTec tem lançado em parceria com a construtora Linderberg, com qual tem um acordo de participação.
Zarzur afirmou que, por meio desse acordo, a incorporadora tem a opção de comprar 50% da construtora, uma alternativa que “está na mesa”, mas ainda não há uma decisão formada. “Temos conseguido um desempenho muito bom”, disse.
Parcerias também são o modo encontrado pela EZTec para estar, atualmente, na baixa renda. Uma nova parceria para o segmento deve ser anunciada neste ano, de acordo com Zarzur, mas a incorporadora quer voltar a ter projetos totalmente seus no segmento.
“O Minha Casa, Minha Vida vai ser muito firme por muito tempo, se não conseguirmos atuar nele diretamente tão rápido, vamos continuar indiretamente até conseguir”, disse.
A EZTec ainda tem R$ 1,5 bilhão em VGV a ser lançado no segmento, com as parcerias, o que deve levar de dois a três anos para chegar ao mercado, segundo o presidente. Para 2024, são esperados dois novos lançamentos no segmento econômico, mas a companhia espera um pipeline mais robusto para o próximo ano.
Perguntado sobre o andamento do empreendimento corporativo Esther Towers, atualmente em construção, o diretor-financeiro, Emilio Fugazza, afirmou que a empresa já “investiu muito capital nele”, e que só será finalizado quando a EZTec perceber que o preço de aluguel ou venda está de acordo com a expectativa da empresa.
“Vamos deixar semi-acabado e esperar o mercado reagir”, disse Zarzur, para evitar que o prédio fique velho antes de ser ocupado. “Com todo o tempo que levamos para desenvolver isso, quero a recompensa no final”, afirmou.