Especialistas brasileiros comemoraram nesta quarta-feira (20) a presidência brasileira do G20 e o resultado da cúpula de chefes de Estado e de governo realizada esta semana no Rio. O conselheiro internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), Marcos Caramuru, que foi embaixador do Brasil na China (2016-2018), afirmou que os processos diplomáticos levam tempo, mas que o Brasil conseguiu boas conquistas. O presidente curador do Cebri, José Pio Borges, disse que foi “favoravelmente surpreendido” pelo resultado.
A declaração foi dada no evento “O que esperar pós-G20?”, que encerrou o ciclo de debates do projeto G20 no Brasil, promovido pelos jornais Valor Econômico, O Globo e rádio CBN.
Para Caramuru, a principal conquista foi a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, aprovada com a adesão de 82 países, dentre os quais todos os do G20. “Só isso já foi um grande resultado”, afirmou.
Caramuru reconheceu que alguns temas não avançaram tanto como o Brasil gostaria, como a taxação de super-ricos, mas que foi possível entregar, em certa medida, tudo que foi proposto desde o primeiro momento.
Pio Borges, por sua vez, destacou o recorde de participação de chefes de Estado no Rio de todas as cúpulas do G20. “Fiquei favoravelmente surpreendido com o resultado do G20 e foi a maior participação de chefes de Estado da história”, declarou.
Um dos destaques, segundo Pio Borges, foi a integração entre as trilhas de sherpas (negociadores-chefes) e a de finanças. “Elas sempre foram muito divorciadas e no G20 brasileiro tiveram integração grande”, disse.
O projeto G20 no Brasil tem o Governo do Estado do Rio de Janeiro como estado anfitrião, Rio capital do G20 como cidade anfitriã, patrocínio de JBS e Engie, apoio do BNDES e L’Oréal.