Os índices S&P 500 e Nasdaq renovaram seus recordes nesta sexta-feira (5) impulsionados pelo relatório oficial de empregos dos EUA, o chamado “payroll“, de junho, que mostrou sinais de desaceleração no mercado de trabalho americano, o que aumenta as possibilidades de que o Federal Reserve (Fed) comece a cortar os juros antecipadamente. O setor de tecnologia foi o mais beneficiado, com as “big techs” registrando ganhos expressivos.
Pela manhã, o Departamento de Trabalho informou que os EUA criaram 206 mil novas vagas de emprego em junho, abaixo das 218 mil vagas de maio. Os resultados de maio e abril foram revisados para baixo em 111 mil vagas. A taxa de desemprego subiu para 4,1%, enquanto o salário médio por hora desacelerou de 0,4% para 0,3% na margem e de 4% para 3,9% em base anual.
Com os dados mais suaves do “payroll”, o CME Group passou a precificar possibilidade de 71% de o primeiro corte de juros pelo BC dos EUA ser em setembro, ante 68% ontem.
“Uma taxa de desemprego em constante aumento e uma queda de 49 mil trabalhadores temporários sugerem, pelo menos, um abrandamento generalizado no mercado de trabalho e levantam preocupações de um enfraquecimento mais acentuado”, disse Andrew Hollenhorst, economista-chefe para os EUA do Citi. Segundo ele, crescentes sinais de alerta tornam cada vez mais provável um corte nas taxas em setembro. “O Fed pode estar pronto para sinalizar próximos cortes na sua reunião no final deste mês’, conclui.
Para Nancy Vanden Houten, economista-chefe para os EUA da Oxford Economics, “as autoridades do BC americano têm-se concentrado cada vez mais nos riscos de retração do mercado de trabalho e os dados de junho reforçam a nossa previsão de que o Fed vai reduzir os juros em setembro e em todas as outras reuniões subsequentes”.
A expectativa de cortes antecipados animou o setor de tecnologia que fechou em alta expressiva. Meta encerrou o pregão desta sexta em alta de 5,9%, em um nível recorde, acompanhado por Microsoft (+1,47%), Apple (+2,16%) e Amazon (+1,22%).