O fortalecimento dos partidos da base aliada do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas prefeituras paulistas foi acompanhado pela ampliação dos vereadores do PSD, PL e Republicanos no Estado.
O PL passou de 498 para 1012 vereadores, um aumento de 103,2%. O partido de Valdemar Costa Neto e do ex-presidente Jair Bolsonaro tem rivalizado com o PSD em São Paulo, em busca de mais prefeitos e parlamentares. O Republicanos, do governador Tarcísio, teve um crescimento ainda maior, de 137,7, aumentando sua capilaridade no Estado, com 889 vereadores eleitos.
O PSDB teve uma forte redução dos vereadores eleitos, passando de 1.210 da bancada que saiu das urnas em 2020 para 317 agora em todo o Estado.
A esquerda ainda enfrenta dificuldades para ampliar sua capilaridade. O Psol, que não elegeu nenhum prefeito em São Paulo no primeiro turno, passou de 24 para 25 vereadores eleitos – seis deles na capital paulista. O partido tem sua principal aposta eleitoral na cidade de São Paulo, com a candidatura de Guilherme Boulos (Psol) a prefeito. O PT cresceu, mas pouco: passou de 136 vereadores eleitos para 165 (21,3%). A sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fica atrás do PSB, que elegeu 303 – 16,5% a mais.
Ainda que o Estado tenha, historicamente, mais vereadores alinhados ao centro e à direita, o PT conseguiu eleger a maior e a segunda maior bancada em redutos simbólicos para o partido, mesmo onde perdeu a eleição para prefeito.
Em Araraquara, o PT lidera com cinco dos 18 eleitos. No entanto, a coligação do prefeito eleito Dr. Lapena (PL) emplacou seis vereadores (quatro do PL e dois do Republicanos). Lapena colocará fim a dois mandatos consecutivos de Edinho Silva (PT), que não conseguiu fazer sua sucessora, a petista Eliana Honain.
Em São Bernardo do Campo, onde Lula começou sua trajetória política, o PT terá a segunda maior bancada (quatro eleitos), mas será a minoria entre os demais 24 eleitos, sobretudo filiados ao Cidadania, Podemos, PRTB e PL.
Dos três municípios em que o PT disputará o segundo turno, em Mauá e Diadema os petistas também elegeram as bancadas mais numerosas. Em Sumaré, foram apenas dois em uma Câmara muito fragmentada, com representantes de 13 partidos.
Mais cadeiras e poucas mulheres
O número total de vereadores e vereadoras eleitos no Estado aumentou em relação a 2020 porque algumas Câmaras autorizaram a criação de mais vagas. Foram eleitos 6.963 quatro anos atrás e a partir de 2025 serão 7.047.
Em Bauru, no interior de São Paulo, por exemplo, serão 21 parlamentares, quatro a mais do que a atual legislatura. A prefeita Suéllen Rosim, eleita em 2020 pelo Patriota e agora reeleita pelo PSD, tende a contar com maioria, com uma Câmara com 12 vereadores de partidos de sua coligação. Na oposição, haverá a vereadora mais votada da cidade, Estela Almagro (PT), a única mulher e a única petista da legislatura bauruense.
A participação feminina nos legislativos paulistas aumentou pouco em relação a 2020, de 1.095 para 1.221 vereadoras. Mulheres são 53% do eleitorado, mas serão apenas 17,35% do total de parlamentares. A representatividade racial também cresceu timidamente, com 1.355 vereadores e vereadoras declarados pardos e 424 pretos, 25% do total. Há quatro anos esse grupo era 21% entre os eleitos.