Estados liderados por republicanos processaram nesta sexta-feira (23) o governo do presidente Joe Biden devido à implementação de um programa que garante mais proteção para centenas de milhares de imigrantes em situação ilegal no país, mas que são casados com cidadãos americanos.
A política, anunciada em junho, poderá beneficiar cerca de 500 mil cônjuges sem documentos, tornando-se a medida mais abrangente em relação ao tema em pelo menos uma década. Os contemplados serão protegidos da deportação e poderão trabalhar legalmente em território americano.
O programa visa àqueles que se casaram com um cidadão americano, o que geralmente oferece um caminho para a cidadania, mas cruzaram a fronteira sul ilegalmente em vez de chegar ao país com um visto. Normalmente, essas pessoas precisam retornar aos países de origem para aguardar o processo de obtenção de um green card. Os contemplados devem ter pelo menos dez anos de residência nos EUA.
Com a nova política, os cônjuges poderão solicitar residência permanente sem sair dos EUA, eliminando um processo potencialmente longo, evitando a separação familiar e abrindo caminho para obter um status legal perto de suas famílias. “Essas ações promoverão a união familiar e fortalecerão nossa economia”, disse a Casa Branca em comunicado divulgado em junho, quando a medida foi anunciada.
Os republicanos fazem da imigração ilegal o foco da eleição presidencial de 5 de novembro, na qual o ex-presidente Donald Trump, um republicano, enfrentará a candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris, responsável por lidar com o tema durante o governo Biden.
A America First Legal, uma organização jurídica conservadora e liderada pelo conselheiro de Trump, Stephen Miller, atuou como coadjuvante no processo contra a atual administração.
Miller, apontado como articulador de políticas restritivas implementadas por Trump durante sua Presidência (2017-2021), chamou o programa de Biden de “descaradamente ilegal”. Já Angelo Fernandez Hernandez, porta-voz da Casa Branca, disse que a ação judicial tem como objetivo separar as famílias e “vai contra os valores da nação”.
Um dos Estados que processa o governo Biden é o Texas, cujo governador é o republicano Greg Abbott e que tem entrado em conflito com a administração democrata nos tribunais em temas relacionados à imigração e à fronteira.
Em julho, um tribunal federal disse que o Texas poderia manter uma barreira flutuante no Rio Grande que busca impedir travessias ilegais de imigrantes vindos do México.