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Desconforto fiscal aproxima juros futuros do patamar de 13% antes de alívio no fim da sessão | Finanças

Redação
por Redação

Em mais um pregão que demonstrou o persistente desconforto do mercado com a política fiscal, os juros futuros sofreram com mais estresse e a curva a termo chegou a rondar o nível psicológico de 13% em seus vértices de longo prazo mesmo sem direcionadores locais. Na última hora de pregão, as taxas exibiram algum alívio e terminaram a sessão em leve alta na maior parte dos vencimentos, mas sem indícios de que uma descompressão mais ampla pode ocorrer no curto prazo.

Já nos Estados Unidos, a taxa da T-note de dez anos, referência do mercado de renda fixa do país, anotou recuo modesto de 4,096% para 4,082%.

A sessão de hoje foi marcada pela ausência de gatilhos relevantes para o mercado local de juros e mesmo no exterior, uma vez que os comentários previstos de membros do Federal Reserve (Fed) não trouxeram novidades relevantes quanto à condução da política monetária americana.

Mesmo sem fatores para direcionar o comportamento do investidor doméstico, as taxas operaram pressionadas durante a tarde. Na máxima intradiária, a taxa do DI de janeiro de 2030 alcançou o patamar de 13%, antes de fechar o pregão em 12,92%. Mais líquido, o contrato do DI de janeiro de 2029 chegou a tocar o nível de 12,995%.

O comportamento recente do mercado de juros tem sinalizado que os agentes financeiros estão céticos com o compromisso do governo em equilibrar o perfil da dívida pública, ainda que as metas primárias estabelecidas pelo arcabouço fiscal sejam cumpridas.

De acordo com os cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão de monitoramento das contas públicas ligado ao Senado Federal, a relação entre a dívida e o PIB do Brasil deve alcançar 84% ao fim do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, de cerca de 72% no começo do governo.

Diante da perspectiva de que o aumento dos gastos reais do governo não deva ser freado por eventuais medidas de contenção de despesas, os investidores têm aumentado o prêmio de risco precificado na curva mesmo sem fatores novos que possam levar a uma nova deterioração das taxas.

De acordo com um gestor, há ainda “muita incerteza quanto ao pacote de corte de gastos”, citado ao longo desta semana pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet. A percepção é de que apenas medidas concretas, e não mais sinalizações, seriam capazes de puxar um alívio mais consistente da curva de juros e em outras classes de ativos locais.

— Foto: Pixabay

Fonte: Externa

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