O Brasil vai precisar de uma nova reforma do sistema público de previdência para lidar com a aceleração do envelhecimento da população. Para Edson Franco, presidente da FenaPrevi, este tema deve voltar com força já em 2025, “no contexto de desenquadramento fiscal e da necessidade de o governo criar uma contenção de gastos, e ficando evidente o peso da previdência social, seja no regime geral ou nos regimes próprios de servidores públicos e militares”, disse durante coletiva de imprensa em encontro da entidade.
O executivo, também presidente da Zurich no Brasil, ressaltou que esse é um processo complexo em qualquer lugar do mundo, mas é necessário enfrentá-lo. “Eu não sei quando virá uma aprovação, mas sei que a discussao em torno da necessidade de uma reestruturação, de uma nova reforma para reequadramento das contas públicas, é fundamental desde já.”
A solução, ao seu ver, é multifatorial. Não se trata só de incrementar a poupança previdenciaria ou de aumentar a idade mínima para a aposentadoria. A proposta da FenaPrevi, formulada com apoio do professor Hélio Zylberstajn, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), e já defendida durante as discussões da reforma no governo do presidente Michel Temer, se baseia em quatro pilares.
O primeiro refere-se à renda básica social; o segundo é o modelo distributivo do INSS como é hoje, só que com um teto mais baixo. O terceiro é o investimento mandatório pelo regime de capitalização, enquanto o último seria a contribuição voluntária para aumentar a renda da aposentadoria. Franco diz que se o teto for menor, entre R$ 2 mil e R$ 2,5 mil, já seria suficiente para cobrir 80% da renda média da população.
“A pergunta que se faz não é do ponto de vista técnico, mas do ponto de vista político”, disse Franco. “O grande problema de um modelo estruturante é a transição, mas tem solução técnica para isso, não se implanta de um ano para o outro, demora uma década para alcançar a sua plenitude.”