Os cubanos atravessavam, nesta segunda-feira, o quarto dia de uma das piores emergências energéticas dos últimos anos com um fornecimento parcial e intermitente de eletricidade, o que gerou alguns pequenos protestos em áreas de Havana. Além da crise de fornecimento de energia elétrica, a ilha enfrentou a passagem do furacão Oscar, que prejudicou ainda mais a rede de distribuição do país.
As pessoas faziam fila para comprar pão e comida subsidiada e apenas alguns postos de gasolina atendiam. Ao mesmo tempo, no leste da ilha, as províncias de Guantánamo, Santiago, Granma, Las Tunas e Holguín enfrentaram a passagem do furacão Oscar.
No caminho do furacão, mais tarde rebaixado para tempestade, estavam várias usinas de geração de energia, o que dificulta uma normalização, explicou o ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy.
O governo suspendeu aulas e atividades não vitais até quinta-feira enquanto o sistema energético nacional que entrou em colapso na sexta-feira se recupera, mas serviços básicos como hospitais e bombeamento de água continuam funcionando.
Nas primeiras horas do fim de semana ocorreram alguns protestos em bairros populares que estavam às escuras. Dezenas de pessoas batiam com panelas e frigideiras, alguns nas ruas e outros nas varandas.
As autoridades elétricas informaram que 80% de Havana já tem eletricidade, embora de forma intermitente.
A população estava um tanto cética e preocupada. “Temos um freezer (geladeira) cheio de comida e estamos com medo”, disse à Juan Estrada, um pequeno empresário de 53 anos do popular bairro Centro Habana, que não tinha eletricidade desde sexta-feira, exceto por 10 minutos.
“O país está completamente parado”, disse com espanto Mayde Quiñones, uma dona de casa de 55 anos. “Isso afeta a todos, principalmente aos mais velhos”, acrescentou a mulher que cuida da sogra octogenária.
A emergência energética se deve principalmente ao aumento da demanda, à falta de combustível nas usinas de geração de energia e às frequentes falhas em antigas termelétricas. Os dois últimos fatores são causados pelas sanções dos Estados Unidos, que impedem Cuba de comprar petróleo bruto ou seus derivados ou de adquirir peças sobressalentes.