BRAIP ads_banner

Crescimento mundial irá continuar baixo devido à queda de investimentos e endividamento alto, diz ONU | Mundo

Redação
por Redação

A economia global conseguiu resistir aos choques econômicos dos últimos anos, porém o crescimento mundial deverá continuar baixo, limitado por baixos investimentos, crescimento lento da produtividade e altos níveis de endividamento, segundo o relatório Situação e Prospectos da Economia Mundial 2025 (Wesp, na sigla em inglês), elaborado pela ONU e divulgado hoje. Para o Brasil a entidade melhorou a previsão de crescimento em 2024 para 3%.

O relatório prevê um crescimento da economia global para 2025 em 2,8%, mantendo a previsão de 2024. Caso o resultado se confirme, o crescimento mundial permanecerá abaixo da média de crescimento pré-pandemia (entre 2010 e 2019) de 3,2%.

“No curto prazo, espera-se que o crescimento econômico global permaneça estável, mas moderado”, aponta o relatório.

Na avaliação da ONU, o movimento de desinflação global e o afrouxamento das políticas monetárias podem não ser suficientes para melhorar o desempenho da economia global diante dos conflitos em andamento e tensões geopolíticas crescentes, que podem afetar a oferta global de produtos e serviços.

Outro fator citado como preocupante para o desempenho a curto prazo da economia mundial são as crescentes ameaças de guerra comercial, que se intensificaram após a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. Ele vem ameaçando usar tarifas contra a China e países aliados como instrumento para reduzir o déficit comercial americano. Ele já sinalizou uma tarifa de 25% sobre todos os produtos do México e Canadá e uma tarifa adicional de 10% sobre produtos da China.

Segundo a ONU, um possível aumento nas políticas protecionistas e riscos climáticos crescentes pesarão sobre as perspectivas de crescimento de curto prazo para a economia global.

Mesmo com a possibilidade de guerra comercial, a ONU estima que o volume do comércio global está projetado para crescer 3,2% em 2025, mas faz a ressalva que o “número esteja sujeito a crescentes incertezas devido ao aumento das tensões geopolíticas e barreiras comerciais emergentes”.

A ONU defende a criação e o aumento de mecanismos de cooperação internacional como forma de lidar com as possíveis novas barreiras comerciais, mas admite que os movimentos nessa direção nos últimos anos foram insuficientes, alegando

“Para que o mundo alcance todo o seu potencial em termos de crescimento e desenvolvimento sustentável, a comunidade internacional precisará revigorar o comércio internacional e resistir à tentação de erguer barreiras comerciais e adotar o protecionismo”, aponta o relatório, que também classificou como “imperativo” reformar o sistema de comércio internacional através da Organização Mundial do Comércio (OMC) para ampliar o acesso ao mercado às economias menos desenvolvidas e mais vulneráveis.

A ONU afirma que a falha em aumentar a cooperação internacional comercial é evidenciada pelo progresso insuficiente em lidar com a crise climática, tensões geopolíticas em ascensão e o protecionismo ameaçando fragmentar mercados.

A ONU estima que a economia dos EUA deve moderar seu ritmo de crescimento de 2,8% em 2024 para 1,9% em 2025, devido ao enfraquecimento do mercado de trabalho e à desaceleração dos gastos dos consumidores.

A China também enfrenta perspectiva de desaceleração do crescimento para 2025. Após crescer 5,2% em 2023, a ONU calcula que a economia chinesa deva crescer 4,9% em 2024, e 4,8% em 2025.

Na Europa, é esperada uma recuperação modesta, com o crescimento do PIB em 0,9% para 2024 e de 1,3% em 2025, apoiado pela redução da inflação e mercados de trabalho resilientes. A entidade faz a ressalva que o crescimento lento da produtividade e envelhecimento populacional podem afetar as perspectivas econômicas de longo prazo da região.

As duas principais economias da região enfrentam instabilidades internas, com França e Alemanha em meio a crises políticas impulsionadas por problemas econômicos. Ante o cenário atual, a ONU prevê uma contração de 0,2% da economia alemã e um fraco crescimento de 0,3% em 2025. A expectativa para a França é de desaceleração, de um crescimento de 1,2% em 2024 para 0,8% em 2025.

O relatório também projeta queda na inflação global para 4% em 2024 e 3,4% em 2025. A entidade espera que os principais bancos centrais reduzam ainda mais as taxas de juros em 2025, à medida que as pressões inflacionárias continuam a diminuir, mas faz a ressalva que a inflação em muitos países em desenvolvimento deve permanecer acima das médias históricas recentes, com um em cada cinco enfrentando níveis de inflação de dois dígitos em 2025.

Sede da ONU em Nova York — Foto: Adam Rountree/AP

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner

Compartilhe esse artigo