O presidente interino da Coreia do Sul ordenou na segunda-feira (30) uma investigação completa sobre os sistemas de aviação do país após o acidente de um voo da Jeju Air no dia anterior que matou 179 dos 181 a bordo ao chegar da Tailândia.
Choi afirmou que o governo compartilharia todos os resultados da investigação sobre o voo 7C2216 da Jeju Air com as famílias enlutadas “de forma transparente e rápida”.
Dois cidadãos tailandeses estavam entre as vítimas, e os demais eram cidadãos sul-coreanos.
O Ministério dos Transportes da Coreia do Sul disse que uma possível causa do mau funcionamento da aeronave pode ter sido uma colisão com pássaros seis minutos antes do acidente. O Aeroporto Internacional de Muan está localizado perto da costa sudoeste da Coreia do Sul, que abriga pântanos que atraem bandos de pássaros migratórios.
Também na segunda-feira, um voo da Jeju Air que ia do Aeroporto de Gimpo, perto de Seul, com destino à ilha de Jeju, no sul, retornou ao aeroporto 26 minutos após a decolagem, de acordo com o site FlightAware. A Yonhap News Agency informou que a aeronave em questão era do mesmo tipo da envolvida no acidente de domingo e que o motivo do retorno foi um problema com o trem de pouso do avião.
Imagens de vídeo do acidente de domingo mostram o Boeing 737-800 chegando sem o trem de pouso acionado, atingindo a pista em alta velocidade e depois colidindo com um muro antes de explodir em chamas.
Uma equipe do National Transportation Safety Board nos EUA, o principal aliado da Coreia do Sul, viajará para o local para ajudar na investigação, informou o órgão no X (ex-Twitter). A equipe incluirá investigadores da Agência Federal de Aviação, bem como da fabricante de aviões Boeing.
O CEO da Jeju Air emitiu uma declaração no domingo se desculpando pelo acidente, enquanto se comprometeu a determinar a causa precisa e dar suporte às vítimas.
O preço das ações da companhia aérea caiu até 17% no início do pregão no índice de ações de referência Kospi antes de reduzir as perdas para cerca de 9% após duas horas de negociação.
No domingo, Choi declarou um período de luto nacional de sete dias pelas vítimas do acidente, enquanto o país busca respostas sobre o que deu errado e como os dois sobreviventes, ambos comissários de bordo, sobreviveram ao desastre.
A tragédia do fim do ano ocorreu em um momento de turbulência política para a Coreia do Sul, onde no início deste mês o presidente Yoon Suk Yeol declarou brevemente – e depois retirou – lei marcial. Isso levou os parlamentares a aprovar um pedido de impeachment e a suspendê-lo do cargo, decisões que aguardam uma revisão pelo Tribunal Constitucional.
O primeiro-ministro Han Duck-soo o substituiu e serviu brevemente como presidente interino antes de também sofrer impeachment na sexta-feira e ser substituído por Choi, que é vice-primeiro-ministro e ministro das finanças.