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Conheça os desafios do futuro prefeito da pior cidade do Brasil | Eleições 2024

Redação
por Redação

Localizada no extremo norte de Roraima, junto à fronteira da Venezuela e da Guiana, e com 97% de sua população formada por indígenas, Uiramutã é considerada a pior cidade do Brasil em qualidade de vida, de acordo com o Índice de Progresso Social (IPS) de 2024. O município foi avaliado como fraca em todos os quesitos e possui 37,63 na pontuação geral do estudo, que tem uma escala de 0 a 100.

O IPS é uma iniciativa que mede resultados, e não investimentos, nas áreas sociais e ambientais, e a edição deste ano é composto por 53 indicadores secundários de fonte públicas.

Na metodologia de avaliação, o índice geral é dividido em três dimensões — necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidade – que são subdivididos em outros 12 componentes — nutrição e cuidados médicos básicos, água e saneamento, moradia, segurança pessoal, acesso ao conhecimento básico, acesso à informação e comunicação, saúde e bem-estar, qualidade do meio ambiente, direitos individuais, liberdades individuais e de escolha, inclusão social e acesso à educação superior.

Com menos de 14 mil habitantes e uma renda per capita no entorno de R$ 10,5 mil, Uiramutã está com a avaliação “relativamente fraca” em quase todos os indicadores, exceto dois: segurança pessoal e qualidade do meio ambiente, que estão avaliados em “relativamente neutro”. Nenhum quesito alcançou o patamar “relativamente forte” na cidade.

Nas eleições deste ano, dois candidatos estão concorrendo ao comando da Prefeitura de Uiramutã: o Professor Abraão (PDT) e o Taxaua Benísio (Rede), que tenta a reeleição, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com o órgão, há 66 candidaturas que disputam nove assentos na Câmara Municipal.

Nos últimos seis anos, as políticas públicas de assistência à população índigena foram ainda mais desestruturadas na localidade. Como resultado dessa negligência, a população Yanomami passou por uma grave crise, pois estavam vulneráveis à ação dos garimpeiros. Várias fotos de crianças e idosos subnutridos invadiram as redes sociais, o que causou comoção dentro e fora do Brasil.

No momento mais agudo da crise, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi a Roraima avaliar a situação. O governo decretou emergência de saúde na área e anunciou uma série de medidas, como o envio de equipes médicas à região e a instalação de um hospital de campanha na capital do Estado, Boa Vista.

Quem for eleito prefeito deste município terá grandes desafios durante os próximos quatro anos de mandato. Na habitação, por exemplo, os cidadãos enfrentam instabilidade na periodicidade da coleta de lixo e deficiências na iluminação pública.

Já na educação pública, o município possui alta taxa de evasão escolar no ensino fundamental e baixa nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).

Além disso, os direitos individuais da população de Uiramutã estão seriamente comprometidos, como mostra o IPS. O município apresenta baixo índice de acesso das pessoas aos programas públicos de defesa dos direitos humanos e a inexistência de iniciativas de proteção às minorias. Além disso, toda essa situação é agravada pela dificuldade dos habitantes em acessar serviços de justiça básicos e de proteções legais.

Por fim, a saúde da localidade tem uma taxa de mortalidade infantil bem alta para os padrões nacionais, 25 óbitos a cada mil nascimentos. Atualmente, a média no Brasil é de 16 mortes, como informa o DataSUS. A cobertura vacinal contra a poliomielite também está bem abaixo dos níveis indicados pelos especialistas.

Criado em 1995, Uirumatã tem uma área de 8.113,6 quilômetros quadrados e está localizado dentro da Terra Indígena Raposa Serra do Sol.

Fonte: Externa

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