BRAIP ads_banner

Conheça o país mais pobre do mundo | Mundo

Redação
por Redação

O IDH é calculado com dados da renda nacional bruta per capita das nações, escolaridade e saúde por meio da expectativa de vida. O levantamento do indicador é feito com 193 países. A última posição é a da Somália, com a nota 0,380.

O país fica localizado na África e, de acordo com o IBGE, é o país mais oriental do continente.

Informações sobre a Somália:

  • Expectativa de vida: 56,1
  • Expectativa de anos de escolaridade: 7,6
  • Média de anos de escolaridade: 1,9

Quando analisado por gênero, a média de anos de escolaridade varia, sendo menor para as mulheres do país, com 0,9, e 2,9 para homens.

Além do IDH, outros índices podem ser utilizados para mensurar a pobreza, como o PIB per capita e índice de Gini.

Se levarmos em consideração os dados do PIB per capita do Fundo Monetário Internacional (FMI), Burundi é o país mais pobre do mundo, com US$ 230,04 per capita. Na plataforma do FMI, mais de 40 países não possuem informações sobre os dados de PIB por capita.

Neste caso, Marcelo Neri, diretor do FGV Social, explica que países muito pobres não possuem dados suficientes para traçar diagnóstico. Além disso, segundo ele, o PIB não dá um retrato da pobreza de forma “satisfatória”.

“O IDH é uma forma de ver de forma multidimensional, entender vários fatores. Às vezes o país pode ter um PIB grande, mas é concentrado na mão de algumas pessoas, então acaba tendo mais pobreza do que deveria por causa da desigualdade de renda”, diz Neri.

Já o índice de Gini, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta a diferença entre os rendimentos dos mais pobres e dos mais ricos.

Ele varia de zero a cem, sendo o mais próximo de zero representando uma situação de igualdade e cem com concentração de renda.

Ranking dos países mais pobres do mundo pelo IDH

  1. Somália
  2. Sudão do Sul
  3. República Centro-Africana
  4. Nigéria
  5. Chade
  6. Mali
  7. Burundi
  8. Iêmen
  9. Burkina Faso
  10. Serra Leoa

A Somália sofreu décadas de hostilidades civis, que destruíram a economia e a infraestrutura no país. Segundo o IBGE, o país passou por uma guerra civil em 1991, quando o líder do país, Mohamed Siad Barre, que manteve o poder ditatorial sobre o país de 1969 a janeiro de 1991, foi derrubado em um conflito sangrento. Depois disso, o país teve problemas para estabelecer um governo centralizado eficaz.

Roberto Rodolfo Georg Uebel, professor de Relações Internacionais da ESPM, explica que o país lidera o índice de pior IDH e índices econômicos porque não existe um “governo estável”. “As instituições políticas ou foram tomadas pelo controle de grupos rebeldes e terroristas, ou pelo governo no exílio”.

Uma outra questão apontada pelo professor é que parte do território somálio está sob o governo de uma república separatista: a Somalilândia, que está no noroeste da Somália, próximo à Etiópia, e que possui um governo mais estável, comparado à Somália.

“Praticamente toda a população, buscando fugir do terrorismo e dos grupos de pirataria, migrou ou buscou refúgio naquele ‘país’, que não é reconhecido como nação”.

Uebel ressalta que, desde as guerras civis, a nação não conseguiu se reestruturar e que, assim como o Iêmen, o país é conhecido como um berço de organizações terroristas e que controlam o funcionamento da economia e da própria sociedade no modo geral.

“Há uma ausência de governo físico, há grupos paramilitares, terroristas e rebeldes que disputam em uma guerra civil o controle da economia. Isso não permite que o país tenha índices minimamente possíveis de desenvolvimento”, pontua.

Por causa disso, explica o professor, o país é praticamente excluído do comércio internacional, apesar da posição estratégica no “chifre” da África. O contexto de instabilidade impede que o país consiga ter relações comerciais fixas com outras nações, explica Uebel.

Os dados do Banco Mundial sobre o país relatam que, em 2022, cerca de 55% da população vivia abaixo da linha da pobreza na Somália.

Além disso, o país tem baixa taxa de participação na força de trabalho, “com disparidades significativas entre homens e mulheres”. Apenas um terço dos homens e 12% das mulheres participam no mercado de trabalho formal e quase metade dos empregados vive abaixo da linha da pobreza, o que indica que os empregos são de baixa produtividade.

O país, diz Uebel, não possui salário mínimo justamente por não ter instituição que garanta a aplicação do salário mínimo, um governo de fato.

“Os próprios vizinhos da Somália também acabam restringindo a integração do país com o resto do continente africano, como Etiópia e Quênia, que são duas potencias regionais e que olham com muita preocupação sobre as questões de segurança da Somália, como o avanço de organizações terroristas, inclusive na própria capital. Isso faz com que os países vizinhos fortaleçam suas fronteiras e evitem fluxo de refugiados. Essa população interna que foge da violência e da fome tem como o único destino que consegue alcançar é a própria Somalilândia, que apesar de não ter reconhecimento internacional, é mais estável que a própria Somália”, diz Uebel.

Em relação ao clima, segundo o IBGE, a nação é principalmente seca e quente, com paisagens de savana e semidesertos. Segundo a ONU, a Somália enfrenta problemas relacionados à seca. A nação, diz reportagem da ONU de 2022, depende de insumos agrícolas da Rússia e Ucrânia, sendo diretamente impactada pelo conflito entre as nações.

De acordo com Neri, a pobreza causa sofrimento à população. “A pobreza é uma medição do que falta, do que as pessoas deveriam ter para ter uma vida razoável. É a falta de vários aspectos: insuficiência de renda, falta de serviços de saúde, acesso à educação”, diz.

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner

Compartilhe esse artigo