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Oi, pessoas queridas! Espero que estejam bem!
Querer ter mais diversidade no time é um passo muito importante. Mas junto com ele outros passos serão necessários para dar sustentabilidade a esse desejo.
Ter diversidade numa empresa tem a ver com querer fazer o que é certo, ou seja, que as oportunidades sejam para todas as pessoas de fato e não apenas para um grupo seleto e privilegiado. Para isto acontecer é fundamental que a alta liderança esteja comprada com essa agenda.
A responsabilidade de atrair mais talentos diversos para uma corporação não é apenas da área de recursos humanos, mas, sim, de um time multifuncional, e precisa que a alta liderança seja “sponsor” das iniciativas por mais diversidade.
Diversidade vem acompanhada de inclusão e equidade. Logo, as estruturas da empresa precisarão ser revisitadas. Não falo apenas de banheiros para todes – esse é o ponto mais fácil de resolver. Estou falando de rever parceiros de recrutamento, benefícios, etc; de estruturar indicadores para ter clareza da realidade demográfica, considerando posições de liderança ocupadas por mulheres, negros e LGBT. E de mapear cargos e remunerações para entender em qual grupo estão concentrados os maiores salários e benefícios.
Obviamente que após ter uma fotografia fiel da realidade será preciso agir. Ter iniciativas para cada frente identificada contribuirá com o avanço das pautas de diversidade.
Pessoas preparadas, letradas e intencionais devem compor squads para dar tração às iniciativas listadas, bem como a prestação de contas dos avanços ou recuos.
Imagino que você pode estar se perguntando se há uma “receita de bolo” para implementar iniciativas do zero numa empresa. Acredito que não tenha, mas aprendi nas minhas andanças algumas coisas que posso dividir aqui. Se eu tivesse que liderar essa pauta do início, seguiria três passos que trouxe no meu primeiro artigo aqui no Carreira no Divã.
Enxergo que o primeiro passo é dar espaço para as pessoas que compõem a empresa se reunirem por afinidade: pessoas negras, LGBTQ+, PCD, mulheres, etc. Será dos grupos de afinidades que as melhorias e reparos que atenderão a essas comunidades virão à tona e, consequentemente, o sentimento de pertencimento e engajamento será mais genuíno dentro dessa cultura. Leitor querido, você sabe se na sua empresa há esses grupos? Se sim, eles poderão ser um ponto de acolhimento e fortalecimento para você no seu dia a dia.
O próximo passo que garantirá essas melhorias e reparos é o compliance e a governança. Ter um canal de denúncia e o tratamento adequado e seguro é crucial para demonstrar o que é intolerável dentro da empresa. LGBTfobia, por exemplo, é crime! E é dever da companhia não permitir que um crime aconteça.
Para além de punir e corrigir, o compliance e a governança de políticas internas contribuem com os indicadores da área de recursos humanos. Afinal, o RH é o grande anfitrião do baile da diversidade e inclusão – é quem convida para a festa e orienta as áreas de front e back office a dançarem com pessoas diversas, promovendo a inclusão.
Quanto mais diversa uma empresa for, mais repertório para os desafios de negócios ela terá. Por isso, políticas de contratação e desenvolvimento de talentos diversos são vitais para todas as empresas do mercado.
E o terceiro passo que vejo é sobre educação! “Depois de ver, não tem como ‘desver’.” Escutei essa frase na minha passagem por Ben & Jerry’s e a acho perfeita para o tema de diversidade e inclusão. Depois que você entende como e através do que nosso país foi construído e o quanto que rolou em 1500 reverbera em nossas vidas (todas as vidas) até hoje, não tem como ficar inerte. Então, levar conhecimento para as pessoas das nossas empresas através de letramentos é semear a esperança de uma sociedade mais digna. Se a sua empresa é aberta à diversidade, devem ter acontecido alguns letramentos por aí sobre raça, gênero, vivências LGBTQ+, etc. Se não, proponha! Conhecimento e testemunho são ingredientes muito potentes para uma transformação efetiva.
Torcendo para que você tenha espaço para implementar iniciativas que aumentarão a diversidade na sua empresa.
Dani Jesus é psicóloga, ativista, criadora do Currículo Oculto e apaixonada por cultura, gestão de pessoas, diversidade, equidade e inclusão.
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Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.