Os fundos Lazuli Partners e Vydia fecharam, na noite de quinta-feira (15), a aquisição de 50% da fabricante de cosméticos e produtos de cuidados pessoais Farmax, cuja fatia pertencia à Vinci, em uma transação de R$ 500 milhões. Deste valor, R$ 200 milhões vão para o caixa da empresa que agora vai assinar cheques mais gordos nas aquisições.
As duas aquisições realizadas pela empresa foram fechadas, no ano passado, com a compra da Sanavita, de suplemento nutricional, por cerca de R$ 70 milhões, e da Negra Rosa, marca de produtos voltados à mulheres negras, por valor não revelado.
Segundo Ribeiro, há ainda uma grande oportunidade de crescimento para atender às mulheres negras. “As grandes multinacionais criam produtos mais voltados ao seu mercado de origem e que não atendem às demandas locais”, disse o presidente da Farmax, que, por 18 anos, foi executivo da Unilever.
O aporte também vai acelerar o processo de verticalização. Hoje, 90% das embalagens de seus produtos são produzidos internamente. Mas em itens mais novos, como protetor solar em bastão, a embalagem é adquirida de terceiros. Além do preço menor, a produção interna traz agilidade.
Foi graças a essa cadeia verticalizada que a empresa, conseguiu suprir mais rapidamente do que seus concorrentes a demanda de repelentes — um produto que sumiu das prateleiras das farmácias no auge da dengue.
A Farmax tem uma fábrica em Divinópolis (MG), de onde saem 250 milhões de unidades de produtos de beleza, por ano, e outra em Piracicaba (SP), para produção de suplemento nutricional.
Previsão de faturamento de R$ 900 milhões
Do valor total da transação, R$ 300 milhões serão pagos à Vinci, que adquiriu a Farmax em 2021. Desde então, a receita da fabricante dobrou. A previsão é que o faturamento da Farmax, neste ano, atinja R$ 900 milhões.
A Farmax é o primeiro aporte da Vydia, fundo criado por Rodrigo Galindo, presidente do conselho da Cogna, e que, até o ano passado, já havia levantado R$ 530 milhões com investidores, em especial, fundos de famílias como do empresário David Feffer, da Suzano.
A Lazuli Partners — de Carlos de Barros e Bruno Alves, ambos executivos com passagem pela Gávea —, por sua vez, está fechando sua segunda operação com esse investimento na Farmax. A primeira delas foi a Blue Health, maior empresa de locação de equipamentos médicos, cuja aquisição foi feita em parceria com o Kinea, do Itaú, e a EB Capital, de Pedro Parente e Eduardo Sirotsky Melzer.
A Lazuli tem recebido muitas ofertas de ativos ligados à área de saúde devido à experiência de Barros na Dasa, DNA Capital e Gávea, onde também atuava no mercado de saúde. A Lazuli e a Vydia aportaram R$ 250 milhões, cada.
O conselho da Farmax continuará sendo presidido por Gabriel Felzenszwalb, da Vinci. Galindo fica como vice-presidente do conselho; Barros e Alves terão cadeira no conselho de administração da companhia. A transação teve como assessor financeiro o UBS BB e os escritórios Pinheiro Neto e Lobo de Rizzo.