A coalizão atualmente no poder do Japão, liderada pelo conservador PLD (Partido Liberal Democrático), pode ter perdido sua maioria nas eleições legislativas deste domingo (27), dizem projeções de diferentes empresas, confirmando pesquisas de intenção de voto.
O levantamento da emissora pública NHK, por exemplo, mostrou que o PLD, no poder durante quase toda a história pós-guerra do Japão, e seu parceiro de coalizão, o partido de centro-direita Komeito, estavam prestes a ganhar entre 174 e 254 dos 465 assentos na Câmara dos Deputados. Já o principal partido de oposição, o PDCJ (Partido Democrático Constitucional do Japão), pode ganhar entre 128 e 191 assentos.
Para obter maioria, é necessário alcançar 233 cadeiras número que o PLD tinha sozinho quando o Parlamento foi dissolvido, no dia 8. Na ocasião, o partido somava 256 cadeiras, e o Komeito, 32.
Outra pesquisa, da Nippon TV, mostrou que a coalizão governante ganharia 198 assentos, contra 157 do PDCJ, ambos bem abaixo do necessário para alcançar a maioria. O resultado pode forçar ambos a acordos de compartilhamento de poder com outras siglas para formar um governo. “Foi uma luta difícil para o PLD”, disse Shinjiro Koizumi, chefe de eleições do PLD, à NHK.
Ishiba é da ala considerada moderada do PLD, mas fracassou em se distanciar de um escândalo segundo o qual fundos de campanha de 600 milhões de ienes (R$ 22,5 milhões) não teriam sido declarados. Embora houvesse se comprometido a reformar o partido, o político manteve candidatos vinculados aos fundos secretos.
O premiê convocou a eleição antecipada logo após ser eleito para liderar o partido no mês passado, esperando ganhar um mandato público para seu cargo de primeiro-ministro. Seu antecessor, Fumio Kishida, renunciou após seu apoio despencar devido ao escândalo.
O PLD tem mantido uma maioria absoluta desde que voltou ao poder, em 2012, após um breve período de governo do PDCJ.