Ações nas cidades que viabilizem uso racional de energia e mudanças na mobilidade urbana são importantes para a redução das emissões de gases de efeito estufa e de impactos do clima extremo, disse na sexta-feira Wilson Ferreira Jr, ex-presidente da Eletrobras e da Vibra. Para ele, as cidades devem ser mais ativas no processo de transição energética.
Metade da população global mora em cidades, com potencial de chegar a 70% em 2050, o que tende a agravar o problema das emissões e do acirramento do clima extremo, apontou o executivo, que participou de painel no 23º Fórum Empresarial Lide.
“É um problema que tende a se agravar”, salientou.
Para Ferreira, algumas das soluções estão na mobilidade urbana, com a substituição de diesel e gasolina por etanol, biometano e veículos elétricos para o transporte público. Outras passam no uso racional de energia elétrica, como uso de lâmpadas LED na iluminação pública e construção de edifícios eficientes.
Ele cita o exemplo de São Paulo, onde há plano de substituição da frota de ônibus movida a diesel por modelos elétricos.
“São medidas que se pagam em um mandato”.
Ferreira lembrou que as cidades sentem efeitos da emergência climática, a partir do fato de que o planeta já tem temperatura 1,5 grau acima da média pré-industrial. Tais impactos incluem temperaturas extremas, tempestades e aumento do nível do mar.
No entanto, Ferreira observou que no Brasil, metade das emissões de gases de efeito estufa é proveniente do desmatamento. “É lá onde tem que se colocar metas”, concluiu.