A China provavelmente aumentou seu arsenal nuclear em 90 ogivas, totalizando 500 até janeiro de 2024, informou um centro de estudos de segurança internacional na segunda-feira (17), apontando que Pequim está “expandindo seu arsenal nuclear mais rápido que qualquer outro país”.
Incluindo ogivas aposentadas, o total de inventários nucleares dos nove países foi projetado para cair em 391, totalizando 12.121, disse o Sipri em seu relatório anual.
“O número e os tipos de armas nucleares em desenvolvimento aumentaram à medida que os estados aprofundam sua dependência da dissuasão nuclear”, acrescentou.
Em relação à China, o Sipri afirmou que ela poderia ter pelo menos tantos mísseis balísticos intercontinentais, que podem ser usados para entregar ogivas nucleares, quanto a Rússia ou os Estados Unidos até o fim da década, embora seu estoque de ogivas ainda deva permanecer muito menor do que o das duas potências nucleares.
Estima-se que a Coreia do Norte tenha agora cerca de 50 ogivas, um aumento de 20 em relação a 2023, e possua material físsil (substância capaz de sustentar uma reação nuclear em cadeia, essencial para o funcionamento de armas nucleares e reatores nucleares) suficiente para alcançar um total de até 90 ogivas, afirmou.
“Como vários outros estados com armas nucleares, a Coreia do Norte está dando ênfase ao desenvolvimento de seu arsenal de armas nucleares táticas”, disse Matt Korda, pesquisador associado do Programa de Armas de Destruição em Massa do Sipri. “Consequentemente, há uma crescente preocupação de que a Coreia do Norte possa pretender usar essas armas muito cedo em um conflito”, acrescentou.
A Rússia e os Estados Unidos possuíam 5.580 e 5.044 ogivas respectivamente, representando quase 90% do total mundial, segundo o relatório.
Calcula-se que 3.904 ogivas estejam implantadas em mísseis e aeronaves, um aumento de 60 em relação ao ano anterior, incluindo 1.710 pela Rússia e 1.770 pelos Estados Unidos.
O Sipri afirma que a China deve ter implantado 24 ogivas em mísseis.
“Embora o total global de ogivas nucleares continue a cair à medida que as armas da era da Guerra Fria são gradualmente desmontadas, lamentavelmente continuamos a ver aumentos anuais no número de ogivas nucleares operacionais”, disse o diretor do Sipri, Dan Smith.
“A tendência parece provável de continuar e acelerar nos próximos anos e isso é extremamente preocupante”, acrescentou Smith.