Alguns elementos levaram Karla, que também é advogada, a desconfiar da situação: na chamada de vídeo, a filha usava uma blusa diferente da que havia saído de casa pouco tempo antes; a conta para a transferência do valor pedido era de uma amiga de Hanna, e não dela. Além disso, a filha não a chamou pelo apelido carinhoso que costuma usar.
A pessoa disse “mãe” e eu não a chamo assim desde pequena. Depois, ela (Karla) reparou que a voz que saía na ligação não estava sincronizada com os movimentos da boca. Mas, ainda assim, minha mãe achou que poderia ser uma conexão ruim de internet. Hanna
O criminoso pediu que o Pix fosse para a conta de uma amiga, mas a mãe sabia que Hanna não faria isso.
Para finalizar, minha mãe fez uma pergunta que certamente eu saberia a resposta: “Qual o nome dos meus cachorros e do vizinho da frente?”.
Hanna
Após os questionamentos de Karla, os golpistas encerraram a ligação. A advogada acredita que tenha se livrado do crime pela experiência de sua profissão e por sempre desconfiar da tecnologia. Ao UOL, ela contou que tem cautela ao receber mensagens, especialmente pelo WhatsApp.
Quando alguém me envia uma mensagem, sempre solto, do nada, uma perguntinha capciosa, para levar o interlocutor ao erro e descobrir se estou sendo vítima de fraude. Não fiquei surpresa com a ligação de vídeo. Na verdade, estou esperando a próxima. Acho que vão fazer de novo e, dessa vez, estou preparada para o flagrante. Dessa vez, caso eu tivesse sido vítima, como provaria a ligação e a fraude, já que não consegui gravar?
Karla