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CEO da Binance defende compromisso com ‘compliance’ para integrar 1 bilhão de usuários ao mundo cripto | Criptomoedas

Redação
por Redação

Menos de um ano após assumir o comando da Binance, o executivo Richard Teng, 55 anos, comemora a chegada de 57 milhões de novos clientes, contratação neste ano de cerca de 1.000 colaboradores, a maioria na área de compliance, além da obtenção da 20ª licença regulatória de funcionamento.

Com carreira na regulação do mercado de capitais em Cingapura e Abu Dhabi, Teng se tornou presidente-executivo (CEO) da Binance no final de novembro do ano passado, num momento delicado após a empresa fazer um acordo de US$ 4,3 bilhões com o governo dos EUA em que admitiu falhas nos procedimentos contra lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo, entre outros. Changpeng Zhao, fundador da plataforma, foi afastado e depois cumpriu quatro meses de prisão por violação das regras nos EUA.

A plataforma cripto tem hoje 237 milhões de usuários _pouco menos da metade dos 500 milhões de adeptos da tecnologia no mundo. A participação de mercado que fora mais de 50% nos volumes transacionados, no entanto, encolheu em diversas linhas de negócio. Segundo a consultoria CCData, a fatia de mercado da Binance como um todo recuou de 42,7% na virada do ano para 36,6% em setembro, a menor em quatro anos. No mercado à vista, desceu a 27% e no de derivativos, a 40,7%.

Como outros executivos da Binance, Teng minimiza o recuo na participação de mercado, argumentando que a grande disputa não se encontra entre as plataformas de ativos digitais, mas nos usuários que ainda não adentraram ao universo cripto.

“Esta é uma indústria muito jovem, está em um estágio muito incipiente de crescimento. A adoção de criptomoedas é inferior a 10%, provavelmente fica entre 6% e 8%. Quanto mais pudermos construir um ecossistema dinâmico, vibrante, apoiando a inovação e os novos casos de uso que estão surgindo, todos ficarão melhores.”

Nos EUA, a Binance opera supervisionada por dois monitores externos – Forensic Risk Alliance e Sullivan & Cromwell – nomeados pelas agências americanas. Na gestão Teng, a Binance ajustou a forma como trabalha com fornecedores e distribuidores, reforçou os requisitos para listar novos tokens digitais e desmembrou o braço de venture capital, que apoia startups nascentes.

“Trabalhamos muito próximos dos monitores. Eles estarão conosco [até mais cinco anos] e eu sempre digo às pessoas que isso é um ponto positivo fundamental. Não apenas nós mesmos estamos dizendo que temos um programa de conformidade e antilavagem de dinheiro muito robusto. Também temos pessoas que estão trabalhando conosco, dando suas opiniões, nos apoiando nessa jornada para continuar a fechar as lacunas, se houver alguma, construindo algo muito robusto.”

Para continuar crescendo, o executivo disse que a Binance continuará investindo pesado em compliance e na aderência à regulação, algo que se tornou um “diferencial competitivo” que as menores plataformas não têm condições de implementar. A Binance tem previsto mais de US$ 200 milhões de investimentos em segurança e conformidade neste ano.

“Somos muito abençoados por termos a capacidade de continuar a investir em compliance. Os gastos com conformidade aumentaram muito desde o ano passado, subindo de US$ 158 milhões para US$ 213 milhões até o ano passado. Este ano os gastos crescerão conforme as demandas aumentarem. Será difícil para muitas das plataformas menores cumprir isso. Pretendemos tornar a conformidade uma peça chave na concorrência”, disse.

O executivo também destaca que pretende continuar com foco nas necessidades dos usuários em termos de produtos e serviços. “Como isso tudo ajuda nossos usuários, como isso os beneficia? Como continuamos a apresentar os melhores recursos de produto, tendo a plataforma mais robusta, mais resiliente, mais segura, construindo a melhor infraestrutura da categoria?”

“Pretendemos trabalhar muito próximos de parceiros globais, que estão chegando. São gestoras de recursos, assets, tesourarias, empresas de pagamentos, de infraestrutura de mercados. Você vê muitos parceiros da Web2 chegando na Web3 com a função financeira também. Quanto mais pudermos trabalhar com pessoas e participantes do ecossistema mais esse mercado vai crescer”, disse.

Para 2025, o executivo mostra otimismo com a indústria de ativos digitais como um todo, usando o argumento de que os chamados “verões cripto” se aprofundam nos anos seguintes ao halvings do bitcoin, último ocorrido em abril, quando a mais antiga das criptomoedas reduziu pela metade a recompensa dos mineradores.

“Digo que 2025 vai ser um ano ainda melhor do que 2024 por uma série de razões. Condições macroeconômicas, com a inflação mais ou menos dentro do controle na maioria dos países. Os bancos centrais vão poder reduzir os juros e isso vai dar um impulso na maioria dos ativos, incluindo cripto. Há regulamentações muito mais claras surgindo. Os ETFs deram reconhecimento e credibilidade para o setor. Muitas novas inovações e casos de uso estão sendo impulsionados e desenvolvidos agora”, disse.

*O jornalista viajou a convite da Binance

Fonte: Externa

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