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Caixas-pretas do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão estão em análise em Brasília | Mundo

Redação
por Redação

As duas caixas-pretas do avião da Embraer que caiu no Cazaquistão já estão sendo analisadas em Brasília. O trabalho ainda não tem prazo para terminar, mas a Força Aérea Brasileira afirmou que espera que ocorra o mais breve possível. O material é analisado por três investigadores do Brasil, além de agentes do Azerbaijão e da Rússia acompanharão a transcrição dos áudios.

O avião comercial da companhia Azerbaijan Airlines caiu na última quarta-feira próximo à cidade de Aktau, às margens do Mar Cáspio, no Cazaquistão. A aeronave do modelo Embraer 190, que fazia o trajeto entre Baku, capital do Azerbaijão, e Grozny, capital da república caucasiana russa da Chechênia, transportava 67 pessoas, das quais 38 morreram e 29 ficaram feridas, segundo as autoridades.

De acordo com a companhia aérea, 62 passageiros e cinco membros da tripulação estavam a bordo do voo J2-8243, que “fez um pouso de emergência” a três quilômetros de Aktau. Entre eles havia 37 cidadãos azerbaijanos, seis cazaques, três quirguizes e 16 russos, informou o Ministério dos Transportes do Cazaquistão.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, acusou a Rússia de disparar contra a aeronave da Azerbaijan Airlines antes de ela cair e de tentar encobrir a causa do desastre fatal, exigindo que Moscou admita a culpa. É a primeira vez que um dos países envolvidos se pronuncia publicamente sobre a possibilidade de a aeronave ter sido abatida acidentalmente — uma hipótese que ganhou força desde que surgiram imagens de buracos na fuselagem do avião.

Agora, as autoridades esperam que as duas caixas-pretas que foram recuperadas no local do acidente forneçam informações importantes para ajudar os investigadores a determinar o que aconteceu. O vice-primeiro-ministro do Cazaquistão, Kanat Bozumbayev, disse que levará cerca de duas semanas para ler as caixas-pretas.

O governo em Baku recusou um pedido da Rússia e do Cazaquistão para que o acidente fosse investigado por um órgão de aviação da Comunidade de Estados Independentes liderada pela Rússia, segundo a agência de notícias pró-governo APA, citando um funcionário azeri não identificado. Em vez disso, o Azerbaijão pediu uma investigação por um grupo internacional de especialistas e representantes da fabricante Embraer.

No sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, admitiu pela primeira vez que a defesa aérea russa estava ativa na quarta-feira, em meio a um alegado ataque de drones da Ucrânia, quando um avião do Azerbaijão tentou pousar e acabou caindo pouco depois no Cazaquistão. O presidente russo pediu desculpas pelo que chamou de “trágico incidente” e reafirmou a necessidade de realizar uma investigação “objetiva e transparente” sobre o caso. Ao todo, 38 pessoas morreram.

Numa conversa telefônica com o seu homólogo do Azerbaijão, Putin destacou que “o avião comercial tentou repetidamente aterrissar no aeroporto de Grosny. Ao mesmo tempo, Grosny, Mozdok e Vladikavkaz foram atacadas por drones de combate ucranianos, e a defesa aérea russa repeliu esses ataques”. O presidente russo, porém, não indicou se o avião foi atingido por mísseis do país. No telefonema, Aliev afirmou a Putin que o avião da Azerbaijan Airlines foi impactado por “interferência física e técnica externa”.

Enquanto isso, a Azerbaijan Airlines falou em “interferência externa, física e técnica” e anunciou que suspenderá os voos para dez cidades russas após o acidente, com base nos “resultados preliminares da investigação”. O governo afirmou que a segunda caixa-preta foi encontrada.

Dmitry Yadrov, chefe da Agência Federal de Transporte Aéreo da Rússia, confirmou em um vídeo para a Tass que o aeroporto de Grosny estava enfrentando uma ofensiva de drones ucranianos no momento em que a aeronave da Azerbaijan Airlines planejava pousar. Yadrov disse que ao piloto foram oferecidas várias opções de aeroportos para o pouso, mas que ele escolheu voar para o Cazaquistão.

Avião da Embraer que caiu no Cazaquistão — Foto: Azamat Sarsenbayev/Associated Press

Fonte: Externa

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