Em conversa com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, o deputado Antônio Brito (PSD-BA) decidiu manter sua candidatura ao comando da Câmara dos Deputados. Além de apostar em traições de partidos que já se aliaram ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), o líder do PSD na Câmara acredita em postulações avulsas que pulverizem os votos dos deputados, o que, consequentemente, o levaria ao segundo turno contra o escolhido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para sucedê-lo.
Alçado à candidato apoiado por Lira na terça-feira, Motta angariou apoio de várias legendas nos últimos dias, entres elas, o PL, o PT, o MDB e o PP. Até o momento, as siglas que sustentam a candidatura do paraibano reúnem mais de 320 parlamentares, número superior aos 257 votos necessários para que um postulante ao principal cargo da Mesa Diretora consiga alcançar seu objetivo já em primeiro turno.
A performance de Motta nos primeiros dias após ser apontado como preferido de Lira fez nascer movimentos internos dentro do PSD e do União pela desistência de Brito e Nascimento, respectivamente.
Na quinta-feira, após reunião com dirigentes e a bancada do União, Nascimento manteve de pé sua participação na eleição da Mesa Diretora, mas admitiu que poderia abandonar essa pretensão após consultar todos os seus aliados.
Interlocutores do líder do União acreditam que ele jogará a toalha na próxima semana.
Já o líder do PSD bateu o martelo sobre a permanência na disputa interna em conversa com Kassab na tarde de ontem.
e escalar correligionários para viagens pelo país, que o ajudem a angariar apoios e ampliar sua competitividade para a corrida.
No grupo de WhatsApp do partido, os deputados foram avisados sobre a decisão e convocados para a reunião.
A interlocutores, Brito relatou que Kassab está “elétrico e animado” com a candidatura e também disposto, assim como ele, a levar a campanha até o fim.
A convicção de que o resultado pode surpreender vem da expectativa de ambos de que muitos parlamentares de partidos que já se aliaram a Motta optarão por trair suas siglas e apoiar outros candidatos.
Além disso, há o sentimento de que postulações avulsas vão surgir e tirarão votos do líder do Republicanos, levando a um segundo turno entre Motta e Brito.
Aliados de Brito apostam que um parlamentar da oposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentará seu nome para atrair deputados que tenham ficado insatisfeitos com a adesão do PT ao nome de Motta.
A consequência poderia ser, na leitura do entorno de Brito, um segundo turno entre os líderes do Republicanos e do PSD.
Se isso ocorrer, fontes próximas do candidato de Kassab pontuam que “quando chegar no segundo turno, o jogo zera e os dois nomes terão as mesmas chances de vencer”.