O Brasil voltou a ajudar nos resultados do Mercado Livre na América Latina no segundo trimestre — o país é pouco mais de 50% das vendas líquidas do grupo. Vendas brutas totais (GMV, da sigla em inglês) internas subiram 36%, segundo maior crescimento entre os países — foi o maior ritmo de expansão desde o segundo trimestre de 2021.
A empresa diz que conseguiu melhores números de GMV na Argentina, após a tomada de medidas que “funcionaram bem”. Naquele país, o indicador subiu 252%.
Com esse nível de crescimento em GMV, é pouco provável que as plataformas locais, que divulgam seus números, como Magazine Luiza e Casas Bahia, consigam superar a empresa.
O Valor apurou que a empresa deve alcançar GMV total de R$ 120 bilhões a R$ 130 bilhões neste ano no Brasil. Em termos de receita líquida, a alta no país foi de 51% de abril a junho.
O Mercado Livre no país cresce ancorado num movimento de mudança de comportamento de consumo, especialmente de cinco anos para cá, com lojas físicas perdendo espaço e uma forte migração da compra para o on-line.
A estratégia tomada desde 2018, de investir para melhorar logística de entrega no país e a interface com o consumidor e com lojistas, também ajuda a explicar o número. Neste ano, “Meli”, como é chamado no mercado, projeta investimentos de R$ 23 bilhões no Brasil, versus R$ 17 bilhões em 2023.
O Brasil foi o principal contribuidor para o aumento na linha de compradores ativos na plataforma de abril a junho, diz a plataforma no resultado. O total de itens vendidos no país subiu 37%, acima dos 20% apurados um ano atrás e superior aos 32% registrados de janeiro a março de 2024.
O volume total de pagamentos no Brasil, o “VTP”, teve ritmo de expansão quase estável, ligeiramente acima do verificado primeiro trimestre. A alta foi de 32% de abril a junho, versus 31% no trimestre anterior.