O Brasil registrou déficit em suas transações correntes de US$ 3,4 bilhões em maio, conforme divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central (BC). No mesmo mês de 2023, o saldo da conta corrente foi positivo em US$ 1,093 bilhão.
Para 2024, o BC calcula déficit em conta corrente de US$ 48 bilhões, conforme divulgado pela autoridade monetária no último Relatório Trimestral de Inflação.
O ingresso líquido do Investimento Direto no País (IDP) totalizou US$ 3,023 bilhões em maio; um ano antes, o IDP tinha somado US$ 4,355 bilhões.
Fazem parte do IDP os recursos destinados à participação no capital e os empréstimos diretos concedidos por matrizes de empresas multinacionais as suas filiais no país e vice-versa. O retorno de investimento brasileiro no exterior também integra essas estatísticas.
Nos 12 meses encerrados em maio, o IDP correspondeu a US$ 66,005 bilhões, ou 2,95% do PIB, contra 3,38% do PIB vistos no mesmo período de 2023. O montante é mais do que suficiente para cobrir o déficit em conta corrente de 1,79% do PIB nos 12 meses.
O BC mostrou ainda que os investimentos estrangeiros em carteira tiveram entrada líquida de US$ 1,721 bilhões no quinto mês de 2024. Em igual período do ano anterior, houve saída de US$ 3,370 bilhões.
No mercado de renda fixa, entraram liquidamente US$ 2,405 bilhões em maio. Considerando apenas as negociações no país nesse segmento, o resultado foi positivo em US$ 2,200 bilhões.
Já o fluxo de investimentos estrangeiros em ações via bolsas de valores resultou em saída de US$ 937 milhões no mês, considerando tanto aplicações via bolsa brasileira quanto via Bolsa de Nova York.
O relatório do BC mostrou também que, em maio, a remessa líquida de lucros e dividendos das empresas para o exterior ficou em US$ 3,981 bilhões. Em maio de 2023, por sua vez, a remessa foi de US$ 3,726 bilhões.
Os brasileiros gastaram em viagens internacionais US$ 1,237 bilhão em maio, ante US$ 1,201 bilhão no mesmo mês de 2023.
Já os estrangeiros que estiveram no país deixaram US$ 523 milhões, ante US$ 567 milhões em maio de 2023. Assim, houve déficit na conta de viagens de US$ 714 milhões no período, contra US$ 634 milhões um ano antes.
As novas emissões de dívida externa de médio e longo prazo por empresas privadas e estatais somaram o equivalente a 131% das amortizações vencidas ao longo de maio. Rolagem abaixo de 100% mostra que as novas colocações foram insuficientes para cobrir todos os pagamentos. Um ano atrás, a taxa de rolagem havia sido de 99%.
Para empréstimos tomados diretamente, ou seja, sem emissão de títulos no mercado internacional, o BC apurou taxa de rolagem de 149% em maio (108% em maio de 2023). Para emissões envolvendo lançamento de títulos, como bônus, “notes” e “commercial papers”, o percentual foi de 84% no período (108% em maio de 2023).
