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Bitget aposta em ‘token’ e investidor institucional | Criptomoedas

Redação
por Redação

A corretora de criptomoedas Bitget tem duas grandes apostas para crescer em 2025: o aumento da utilização de sua criptomoeda própria, o BGB, e uma maior proximidade com investidores institucionais e VIPs (aqueles que operam com mais frequência e volume). Quem revela a estratégia é a CEO global da companhia, Gracy Chen, em entrevista ao Valor.

Hoje, a Bitget ocupa a 14ª colocação entre as maiores exchanges do mundo, de acordo com o site CoinGecko, mas em termos de volume diário negociado ela já tem ficado muitas vezes no top 5. Na quinta-feira, por exemplo, a Bitget negociou US$ 10,9 bilhões, atrás apenas da Binance, com US$ 37,4 bilhões, e da Bybit, com US$ 12,9 bilhões.

Para Chen, a valorização do BGB foi um dos números mais importantes de 2024, com o “token” saindo de US$ 0,58 por unidade no fim do ano passado para US$ 4,89 em sua máxima histórica neste mês, acumulando ganhos de 640% em 2024. “Nosso plano é usar o BGB cada vez mais no futuro, com construção de muitos relacionamentos off-line por meio de descontos e pagamentos, por exemplo. E também estamos trabalhando no ecossistema dentro da blockchain. No futuro, quem tiver mais unidades de BGB pode ganhar ‘airdrops’ [recompensas por interação com protocolos]”, afirma.

Já em relação aos investidores institucionais, Chen afirma que a aprovação dos primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista nos Estados Unidos no início de 2024 mudou o jogo para as corretoras de criptomoedas. Agora, diz ela, há uma imensa oportunidade em atrair grandes fundos de investimento e family offices, que estão cada vez mais olhando para os criptoativos como forma de diversificar carteiras.

A questão é que o movimento já tem sido antecipado por outras empresas. Em entrevista recente ao Valor, o CEO da Binance, Richard Teng, disse que estava em conversas com investidores institucionais brasileiros que buscam exposição ao mercado “cripto”. Apesar disso, Chen afirma que a Bitget possui diferenciais para ficar bem posicionada nessa corrida. “Se você observar as necessidades dos investidores institucionais, percebe que eles gostam de estar em uma exchange offshore onde há muitos usuários de varejo. Já construímos uma base sólida para isso.”

Além da estrutura empresarial e do número de clientes, Chen diz que a Bitget também pode oferecer aos institucionais um volume considerável de formadores de mercado tanto para produtos à vista quanto para futuros, serviço especializado de atendimento 24 horas por dia, sete dias por semana, baixa latência para negociações de alta frequência e taxas competitivas para menores custos de transação. “Ao analisarmos as necessidades deles, sabemos o que eles querem e estamos desenvolvendo nossos produtos para atender a essas demandas.”

A executiva da Bitget diz que nunca veio ao Brasil, apesar de já ter visitado outros países da América Latina como México, Argentina e Chile. Ela afirma que espera vir ao país pela primeira vez em 2025 e aprimorar a estratégia para os produtos oferecidos localmente. “Não é só adaptar o ‘app’ para um idioma diferente, é também mudar a lista de tokens. Há certos tokens em que o usuário global pode não estar tão interessado, mas são muito populares em determinadas regiões. No Brasil, provavelmente vamos querer conversar com os provedores locais”, afirma.

A quantidade de tokens listados é justamente um dos diferenciais citados por Chen para a Bitget crescer e não ser engolida no meio de tantas corretoras de presença global, a exemplo de Binance, Bybit, OKX, Coinbase, Kraken e Kucoin. “Se você fizer uma rápida comparação entre as chamadas 15 principais exchanges, verá que a Binance tem cerca de 390 tokens listados. Temos mais de 800 tokens listados atualmente”, diz.

Chen afirma que a Bitget está listando de cinco a 20 novos criptoativos por semana, tornando-se muitas vezes a exchange vista como única opção para quem quer tirar criptomoedas do mundo das finanças descentralizadas para uma corretora centralizada, podendo depois converter esses ativos digitais em moeda fiduciária tradicional. “Se você observar nossa ‘taxa de acerto’ – ou seja, a probabilidade de um token que listamos também ser listado pela Binance algumas semanas depois -, verá que temos tido sucesso. Listamos a pepecoin (PEPE) semanas antes da Binance. Se nosso cliente comprou quando listamos e vendeu quando a Binance listou, fez muito dinheiro.”

Do ponto de vista da expansão internacional, Chen lembra que a Bitget contratou o ex-vice-presidente regional da Binance, Min Lin, para liderar o aumento da presença geográfica da corretora. “Parte do nosso foco está em mercados emergentes. Porém, obtivemos algumas licenças em países desenvolvidos, no Reino Unido, por exemplo.”

A executiva afirma considerar estratégica a parceria que vem desenvolvendo com a blockchain The Open Network (TON), desenvolvida pelos mesmos criadores do Telegram e integrada ao aplicativo de mensagens. “Grande parte do crescimento da nossa carteira Bitget em 2024 está vindo de tokens do ecossistema TON. TON é uma peça-chave para nós, e estamos comprometidos em continuar investindo e colaborando com esse ecossistema no longo prazo”, diz.

Fonte: Externa

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