O bitcoin (BTC) opera perto da estabilidade nesta terça-feira (24) depois da forte alta recente, impulsionada por fatores do cenário macroeconômico. No radar, o banco central da China (PBoC) realizou um movimento de flexibilização monetária após o Federal Reserve (Fed) cortar os juros americanos na semana passada e a autoridade monetária do Japão trazer sinais menos “hawkish” (favoráveis a subir juros). Apesar das boas notícias, as criptomoedas têm enfrentado bastante pressão vendedora quando o BTC se aproxima dos US$ 64 mil.
Perto das 10h43 (horário de Brasília) o bitcoin tem leve alta de 0,2% em 24 horas, cotado a US$ 63.444 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 0,5% a US$ 2.634, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,33 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 1,09% a R$ 347.745, enquanto o ether recua 1,83% a R$ 14.440 de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) sobe 2,8% a US$ 147,23, o BNB (token da Binance Smart Chain) tem alta de 1,9% a US$ 605,89 e a avalanche (AVAX) registra ganhos de 0,6% a US$ 27,55.
Usando análise técnica, Fernando Pereira, analista da Bitget, diz que o bitcoin está testando duas resistências muito fortes nesse momento: a resistência superior de um longo canal de baixa e o primeiro alvo da projeção de Fibonacci a partir do último movimento de queda. “A probabilidade maior agora é de recuo no preço, podendo cair até os US$ 60 mil novamente”, avalia.
No restante do noticiário, André Franco, head de análise do MB, destaca que a candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, declarou pela primeira vez que irá apoiar o setor de criptomoedas. Kamala falou em construir uma “economia de oportunidade” com incentivos para tecnologias como inteligência artificial e moedas digitais. “Essa é a primeira pincelada da campanha democrata em relação a cripto, e é importante ver os próximos passos. Porém, o [candidato republicano, Donald] Trump continua muito à frente na forma como vem discursando para o setor”, afirma.
Para Franco, a desconfiança em cima dos democratas é maior principalmente pela maneira como os criptoativos foram tratados pelos órgãos reguladores americanos durante o governo Biden. O atual presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), Gary Gensler, posicionou-se como um ferrenho opositor das criptomoedas ao tratar quase todos os tokens como “valores mobiliários não registrados”. Gensler foi nomeado por Biden e, segundo Trump, será demitido do posto caso o republicano saia vencedor das eleições.
