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Bitcoin desafia ceticismo com rali após saltar 121% | Criptomoedas

Redação
por Redação

O bitcoin mais do que dobrou de preço com uma impressionante valorização de 121% em 2024. A criptomoeda desafiou o ceticismo em relação aos ativos digitais e faturou com uma sequência de eventos positivos ao longo do ano passado – lançamento dos primeiros fundos negociados em bolsa (ETFs) nos EUA, redução pela metade da recompensa dos mineradores (o chamado “halving”), corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) e a eleição de Donald Trump, que promete regulação amigável.

Para 2025, no entanto, os fatores que podem movimentar os preços são menos claros. Há dúvidas sobre quanto mais fôlego tem o atual rali das criptomoedas. Na virada do ano, o ETF da BlackRock, o maior da categoria com US$ 53 bilhões, teve resgate recorde de US$ 333 milhões. Juntos, os dez maiores ETFs de bitcoin sofreram saques de US$ 2 bilhões desde 19 de dezembro. O movimento foi visto como prenúncio de uma pausa na corrida pelo investimento.

Segundo Vinicius Bazan, CEO da Underblock, casa de análise especializada em criptoativos, 2024 foi muito bom para a adoção institucional das moedas digitais graças aos ETFs, que se tornaram os primeiros veículos regulados para exposição em criptoativos no mercado americano. A adesão de fundos hedge, family offices e empresas ao bitcoin, na avaliação de Bazan, está apenas no começo, pois o grande varejo e institucionais com requisitos regulatórios mais complexos, como os fundos de pensão, ainda não entraram no segmento.

Quem montar uma exposição primeiro vai ganhar em relação a quem entrar depois. O ETF ajuda isso acontecer”

— Valter Rabelo

Valter Rabelo, chefe de criptoativos da Empiricus, acredita que empresas podem investir cada vez mais em bitcoin, uma vez que a moeda digital tem se estabelecido como uma reserva de valor importante no mundo da internet. “Quem montar uma exposição primeiro vai ganhar em relação a quem entrar depois. O ETF ajuda isso a acontecer. O tamanho da demanda depende de quantas empresas vão fazer esse movimento, mas o que sei é que será maior do que a demanda que existe hoje”, avalia Rabelo.

Os primeiros dias do governo de Trump também serão importantes para o mercado. Investidores querem saber como o presidente americano tratará promessas de campanha, como a criação de uma reserva estratégica de bitcoin. O mais relevante, para Bazan, é que o próximo presidente da SEC (a comissão de valores mobiliários dos EUA), Paul Atkins, acabe com as discussões nas quais o atual chefe do órgão regulador, Gary Gensler, se envolveu ao longo de sua gestão, com processos contra empresas como Binance e Coinbase acerca da natureza de “tokens” e ofertas de valores mobiliários não registrados. “Teremos regras mais claras.”

Uma das principais críticas a Gensler é que ele desenvolveu a regulação em cima de processos administrativos e judiciais, em vez de se empenhar na publicação de normas sobre o que pode ou não ser feito no setor de ativos digitais.

Para Jorge Souto, gestor do TC Digital Assets, é difícil fazer previsões sobre a proposta de Trump de criar uma reserva de bitcoins. “Se tivermos uma reserva com compra ativa, naquele modelo de comprar 1 milhão de bitcoins no espaço de cinco anos, é muito difícil ter um prognóstico de preço, pois haverá um comprador inelástico a preço em um prazo de cinco anos”, explica.

Rabelo espera que 2025 seja um ano de continuidade de crescimento dos EUA com juros em queda, uma combinação positiva para os mercados de renda variável. Ele acredita que será interessante para o investidor acompanhar indicadores como ISM (gerentes de compras), inflação e mercado de trabalho. Se dois ou mais desses índices começarem a indicar mudança de cenário, sinalizando recessão ou descontrole inflacionário nos EUA, poderá ser sinal de alerta para fim do “bull market” atual.

Rabelo projeta que o bitcoin possa ir até US$ 150 mil ou US$ 200 mil em 2025, no final do ciclo de alta atual. Bazan, por sua vez, enxerga um alvo parecido, com expectativa de que a maior das criptomoedas se valorize em mais 50% ou 100%. “O valor mínimo para máxima do bitcoin que eu tenho são os US$ 150 mil”, diz.

Já Souto avalia que uma projeção para o preço do bitcoin depende totalmente da reserva estratégica americana sair ou não do papel. “O preço que imaginei que bateríamos em situações normais de ciclo de quatro anos seria entre US$ 150 mil e US$ 200 mil. Já se tivermos uma reserva com os EUA entrando para comprar, e mesmo se não entrarem, e se outros países muito relevantes fizerem isso, aí o bitcoin iria a US$ 300 mil ou US$ 350 mil.”

Os analistas lembram que, no momento atual, mais do que o bitcoin, talvez o investidor encontre melhores oportunidades de ganho nas outras criptomoedas – as chamadas “altcoins”, referente e moedas alternativas ao bitcoin. “Quando olhamos para dominância do bitcoin [valor de mercado em relação à capitalização total das criptomoedas], temos sinais de que estamos vendo um início da altseason”, diz Bazan.

“A altseason já começou e movimentamos nossas carteiras com isso em mente. Tem muita água para rolar. O momento é bom para comprar as altcoins. Tem ‘outperformers’ claros como “Pendle” e outros que tentamos achar aqui”, afirma Rabelo, citando o token homônimo do protocolo de finanças descentralizadas Pendle. O Pendle opera nas blockchains Ethereum, Arbitrum e Avalanche com um formador de mercado automatizado para facilitar transações dentro da tese de tokenização de ativos reais.

Souto, por sua vez, afirma que há dois tipos de “altseason”, uma ocorre com a rotação do dinheiro do bitcoin para demais moedas menores e outra que surge se houver uma grande entrada de capital. O gestor espera que em 2025 tenhamos o segundo caso. “Esse segundo movimento ainda não ocorreu e acredito que deva acontecer em 2025 para termos uma altseason mais padrão”. Mesmo assim, o especialista recomenda cautela para quem espera ganhar retornos astronômicos com altcoins neste ano. “Aquelas altseasons de 2016 a 2021, com todas as criptomoedas entregando uma multiplicação do preço de mais de dez vezes, tornam-se mais difíceis, porque a popularidade dos ativos e setores já é muito alta”, avalia.

Fonte: Externa

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