O bitcoin (BTC) opera em queda nesta sexta-feira (1º) após fechar o mês de outubro com uma alta acumulada de 11,1%. Segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, o ether (ETH), caiu 3,2% no mesmo período. Hoje, a divulgação do Relatório de Emprego dos Estados Unidos relativo a outubro, com resultado bem mais fraco do que o esperado, trouxe preocupações a respeito da saúde da economia americana.
O número bem mais baixo do que o esperado acende um alerta para os investidores, com uma retomada nos temores de uma possível recessão nos EUA. Contudo, o dado também pode servir para deixar os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) mais confortáveis para reduzirem os juros americanos na reunião que ocorre entre os dias 5 e 6 de novembro, na semana que vem.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, destaca que a baixa geração de empregos parece estar relacionada com os furacões que atingiram o sul dos EUA em outubro. “O relatório faz especial menção a isso, ressaltando que não dá para descartar que os eventos climáticos tenham impactado os resultados, mas que não é possível calcular os efeitos líquidos sobre os números. Analistas apontam também para um possível efeito adicional decorrente de greves”, avalia.
Perto das 10h48 (horário de Brasília) o bitcoin cai 1,3% em 24 horas, cotado a US$ 70.543 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 2,1% a US$ 2.547, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,47 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta perdas de 0,8% a R$ 410.824, enquanto o ether recua 1,2% a R$ 14.900, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) cai 0,8% a US$ 170,95 e o BNB (token da Binance Smart Chain) tem queda de 0,2% a US$ 581,72.
Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista negociados nas bolsas americanas, ontem foi registrado um saldo líquido positivo de US$ 32,3 milhões, no sétimo pregão consecutivo de entrada de capital. O principal responsável pelos números positivos foi o IBIT, da BlackRock, com US$ 318,8 milhões de excesso de compras de cotas em relação às vendas. Entre os ETFs de ether, o fluxo foi positivo em US$ 13 milhões. Quem impulsionou a entrada de capital foi o ETHA, da BlackRock, com US$ 49,6 milhões de saldo líquido comprador.
Segundo o site “Coindesk”, a baixa das criptomoedas desde a madrugada provocou uma liquidação de US$ 250 milhões em posições compradas no mercado de derivativos.
Bernardo Bonjean, fundador da Metrix, diz que a alavancagem nos mercados futuros alcançou o maior nível em 12 meses, demonstrando as pesadas apostas dos operadores em cima do resultado das eleições americanas. A maior parte do mercado cripto torce por uma vitória do republicano Donald Trump, que tem se apresentado como um ferrenho defensor do setor durante a campanha. “Esse nível de alavancagem sugere que um movimento de preços intenso deve acontecer nos próximos dias”, aponta Bonjean.
Apesar da queda, o índice Fear & Greed (medo e ganância, na tradução literal) das criptomoedas ainda está em região de franca predominância da ganância, aos 75 pontos. O índice vai de zero a 100, com valores próximos de zero sinalizando medo extremo e números próximos de 100 indicando ganância máxima.
Fernando Pereira, analista da Bitget, diz que o Fear & Greed mostra a grande confiança que os investidores têm atualmente no BTC, o que fomenta o mercado e ajuda a tracionar alta no ativo. “Para conseguirmos marcar uma nova máxima histórica é de extrema valia que nos mantenhamos dentro desta região, que é justamente onde temos muita gente entrando no mercado, fazendo assim a demanda aumentar e buscarmos novas altas”, afirma.