O bitcoin (BTC) virou para queda após passar a manhã em alta nesta sexta-feira (31) e acumula perdas de 2,1% em sete dias. Já o ether (ETH) sobe 1,5% no mesmo período. Apesar do desempenho negativo semanal, as duas maiores criptomoedas do mundo em valor de mercado caminham para fechar maio com valorizações de 11,4% e de 25,7%, respectivamente.
Segundo Tasso Lago, especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move, o mercado está recuando em um movimento de volatilidade normal para o mundo das moedas digitais, não sendo a baixa relacionada ao número apresentado pela economia americana. “O mercado está em modo stand-by com atenção aos números até que a inflação possa cair para a meta de 2% ao ano de novo”, avalia.
Na semana que vem, o destaque dos indicadores macroeconômicos fica com o Relatório de Emprego dos EUA relativo a maio, que sai na sexta-feira (7) às 9h30 (horário de Brasília). Um número abaixo do esperado pode trazer impactos positivos para os ativos de renda variável como os criptoativos, pois poderia levar o Federal Reserve a começar a cortar os juros americanos mais cedo.
Rony Szuster, analista do MB, diz que praticamente 99% do mercado acredita em uma manutenção da taxa de juros no atual patamar de 5,25% a 5,5% ao ano na reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) de 12 de junho. “Apenas 1% ainda acreditam em uma possibilidade de subida de 0,25 ponto percentual. Somente para a reunião de 18 de setembro a divisão começa a ficar diferente, com a probabilidade de um corte de 0,25 p.p. subindo para 48% e a estabilidade ficando em 44%, enquanto 7% acreditam em uma redução de 0,5 p.p.”, afirma.
Perto das 17h50 (horário de Brasília) o bitcoin tem queda de 1,2% em 24 horas, cotado a US$ 67.657 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, sobe 1,4% a US$ 3.794, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,71 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 0,42% a R$ 356.405, enquanto o ether avança 2,15% a R$ 19.981 de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) cai 0,6% a US$ 166,50, o BNB (token da Binance Smart Chain) fica estável a US$ 594,59 e a avalanche (AVAX) tem leve alta de 0,2% a US$ 36,33.
Bernardo Bonjean, fundador da Metrix, comenta que a quantidade de bitcoins em carteiras de investidores de longo prazo atingiu o maior patamar dos últimos três meses, apontando para uma tendência compradora para este tipo de perfil.
Bonjean destaca ainda que os protocolos de exchanges descentralizadas, empréstimos e oráculos de blockchain tiveram uma semana positiva, ainda refletindo o bom desempenho do ether na esteira da aprovação dos ETFs da criptomoeda à vista pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). “Os destaques vieram de 1Inch (1INCH), Aave (AAVE) e Chainlink (LINK), que subiram 14%, 3% e 4%, respectivamente”, afirma.
Entre os ETFs de bitcoin à vista negociados nas bolsas americanas, ontem foi mais um pregão de saldo líquido positivo. Os depósitos neste tipo de fundo superaram os saques em US$ 48,8 milhões, movimento que foi impulsionado pelos US$ 119,1 milhões em entradas líquidas no FBTC, da Fidelity. Do lado das saídas, o ETF mais penalizado foi o ARKB, da Ark Invest, que registrou um fluxo negativo de US$ 99,9 milhões. O GBTC, da Grayscale, atualmente o segundo maior fundo de bitcoin do mundo (perdendo apenas para o IBIT, da BlackRock), manteve-se estável em termos de saldo.
