Isso vem após alguns anos turbulentos para os credores tradicionais, quando o aumento das taxas e a volatilidade do mercado fizeram com que eles perdessem espaço para as empresas de crédito privado. Agora, eles estão sedentos para voltar com seus lucrativos negócios de financiamento de aquisições. Mas com a escassez de M&A, os bancos estão cada vez mais dispostos a oferecer concessões aos devedores, com os DDTLs sendo incluídos em opções como pagamentos sem ser em espécie — que permitem que os pagamentos de juros sejam diferidos — e as chamadas pré-capitalizações para empresas que ainda nem estão à venda.
Com o mercado de empréstimos amplamente sindicalizado voltando a crescer, fica mais fácil para os bancos venderem dívidas, e isso pode dar a eles mais confiança para oferecer acordos de financiamento mais arriscados ou incomuns. Mas o impulso vem principalmente de empresas de private equity, segundo os banqueiros. Com uma concorrência tão alta sobre os contratos, eles veem uma oportunidade para conseguir condições atraentes, além de garantir no presente o financiamento de aquisições futuras, caso o cenário tome outro rumo no futuro.
“Do ponto de vista mais amplo das finanças alavancadas, a tendência é indicativa do fato de que os contratos agora estão muito bons. As pessoas temem com o fim desta oportunidade e querem garantir o preço atual”, disse Giacomo Reali, sócio de alto rendimento da Linklaters LLP. “É uma forma de pré-reservar o uso futuro do capital ao preço atual”.
Apesar disso, é improvável que os DDTLs se tornem uma parte principal dos acordos de financiamento bancário.
É difícil para os credores manter empréstimos não sacados em seus balanços, mas também pode ser complicado distribuí-los para o mercado, porque as obrigações de empréstimo com garantia (CLOs, na sigla em inglês) — os maiores compradores de empréstimos alavancados — geralmente precisam receber juros imediatamente para viabilizar suas operações. Os DDTLs geralmente têm taxas sobre a parte não sacada, mas pode demorar algum tempo para que estas taxas entrem em vigor.
CLOs na Europa também costumam ser impedidos de manter mais de 5% de suas portfólios em DDTLs, e precisam desembolsar o caixa antecipadamente para eles. Ainda assim, um aumento na emissão de CLOs este ano — e a pressa de preencher os novos portfólios com empréstimos — significa que os gestores de CLOs estão cada vez mais dispostos a comprar DDTLs, como os da Eleda.
Também é difícil para os bancos competir em tamanho. Os credores tradicionais têm que vender DDTLs como um lote junto com um empréstimo de termo B financiado, com banqueiros dizendo que um DDTL equivalente a 20% da parte sindicalizada publicamente já seria bastante epressivo.
Por outro lado, credores diretos não precisam reservar o capital para DDTLs e estão dispostos a oferecer valores altos para as empresas que desejam emprestar. Em dezembro, um consórcio de credores, incluindo a Blackstone Inc., forneceu um DDTL de € 275 milhões, além de um empréstimo unitranche de € 675 milhões, como parte do pacote de financiamento para a aquisição de uma corretora de seguros alemã pela Permira.
Mas esta tendência, ainda assim, contribui para o cenário dos bancos tradicionais lutando contra as empresas de crédito privado da forma que puderem para conquistar os negócios.
“É uma questão de estar em um bom mercado com muito apetite dos bancos para subscrever e aumentar os níveis de atividade”, disse Reali da Linklaters.