No segundo dia dos Jogos Paralímpicos de Paris, o atletismo, o tênis de mesa, a natação – três das modalidades mais vitoriosas do país na história do evento esportivo – e o taekwondo garantiram mais dez medalhas para o Brasil. A performance desta sexta-feira (30) colocou o país em terceiro lugar no quadro de medalhas, com um total de 13, atrás de China e Reino Unido, primeiro e segundo colocados, respectivamente.
“Estou muito feliz, é muita emoção ser campeão paralímpico e quebrar o recorde mundial. Mostra a força da periferia, quando comecei a treinar só tinha um campinho. Mas com muita força e determinação eu consegui vencer. Sempre tem altos e baixos na vida, mas, agora, sou campeão paralímpico. Dedico também essa medalha para o meu avô”, disse Agripino.
O sul-matogrossense Yeltsin Jacques, 32, que havia ficado com o ouro em Tóquio-2020 e era o recordista até então, desta vez levou o bronze, com o tempo de 14min52s61. O japonês Kenya Karasawa ficou com a prata (14min51s48).
Já o fluminense Ricardo Mendonça levou o ouro dos 100 m rasos na categoria T37 (paralisia cerebral), com um tempo de 11s07, e o paraibano Petrúcio Ferreira dos Santos conquistou o tricampeonato paralímpico logo depois, na T47 (amputação ou disfunção dos membros superiores), com 10s68.
A grande surpresa do atletismo nesta sexta-feira (30) foi a atleta Giovanna Boscolo, que saiu do Stade de France na 4ª colocação.Porém, após a desclassificação da atleta da Polônia, Roza Kozakowska, que tinha vencido a prova do lançamento de club F32, a brasileira avançou para o 3⁰ lugar e ficou com o bronze.
No tênis de mesa, o Brasil garantiu mais duas medalhas nesta sexta-feira. A dupla formada pelas paulistas Cátia Oliveira e Joyce Oliveira foi derrotada pelas sul-coreanas Su Yeon Seo e Jiyu Yoon por 3 sets a 0 (11/6, 11/9 e 13/11) nas semifinais da categoria WD5. Como não há disputa pelo terceiro lugar, Cátia e Joyce asseguraram o bronze.
A natação brasileira, que subiu ao pódio três vezes no primeiro dia de competições, faturou mais um bronze nas piscinas da Arena La Défense nesta sexta-feira. O catarinense Talisson Glock, 29, chegou na terceira colocação nos 200m medley com o tempo de 2min39s30. O ouro ficou com o chinês Hong Yan (2min37s31), e a prata, com o colombiano Nelson Corso Crispin (2min38s04).
É a sexta medalha de Glock em Paralimpíadas. O nadador, que perdeu o braço e a perna esquerdos após ser atropelado por um trem aos nove anos, conquistou ouro nos 400m livre e bronze nos 100m livre e no revezamento 4x50m livre em Tóquio-2020; e prata no revezamento 4x50m livre e bronze nos 200m medley na Rio-2016.
Depois, o revezamento 4x50m Livre 20 pontos – com Talisson Glock, Daniel Mendes, Lídia Cruz, Patrícia Santos e Samuel Oliveira – conquistou a medalha de bronze. A China levou o ouro e os EUA, a prata.
O taekwondo garantiu duas medalhas para o país, um ouro e um bronze, ambas no feminino.
A mineira Ana Carolina Moura venceu por 13 a 7 a francesa Djelika Diallo na final da classe K44 (destinada a atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão) até 65kg levando o ouro.
Já a paraibana Silvana Fernandes conquistou a medalha de bronze ao vencer a cazaque Kamiyla Dosmalova por 28 a 3 na disputa pelo terceiro lugar na classe K44 até 57kg. Foi a segunda medalha de bronze de Silvana, que repetiu o feito de Tóquio 2020.