O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Adel Al-Jubeir, membro do conselho de ministros e enviado para o clima, afirmou nessa quarta-feira (12), no FII Priority Summer, que o país é parceiro do Brasil há décadas e que as economias são complementares, não competidoras.
Ele destacou que há relações pessoais entre as lideranças dos países, ambos membro do G20, que reúne as maiores economias do mundo.
De acordo com Al-Jubeir, a Arábia Saudita é parte interessada na estabilidade do sistema global e busca novas conexões. O chanceler também disse que Brasil e Arábia Saudita têm visões diplomáticas semelhantes.
“Acreditamos na não-interferência no direito internacional e em resolver os conflitos de forma pacífica. Nós não procuramos poder, mas melhorar e dar um futuro melhor para os nossos povos”, declarou.
Quanto à configuração do G20, Al-Jubeir destacou que o grupo cresceu e que agora inclui questões envolvendo clima e tecnologia. Nesse aspecto, destacou que a Arábia Saudita, país que é o maior produtor de petróleo do mundo, tem investido em energias renováveis.
“Eu não descreveria como ‘transição energética’, e sim como ‘evolução energética’. O mundo não passa de um modelo para o outro, ele evoluiu. Desde os anos 1980, vimos que o petróleo é finito, então precisamos encontrar novas fontes de energia para alcançar essa demanda. Vamos continuar a fazer isso, porque é aí que está o futuro”, enfatizou. De acordo com Al-Jubeir, o país está reduzindo a dependência do petróleo.
“Nosso objetivo é que sejamos não só os maiores exportadores de petróleo no mundo, mas um dos principais países de energia no mundo. São aspectos fundamentais para diversificar nossas fontes de renda”, afirmou.
Ele observou ainda que petróleo vai ser parte do mix de energia por décadas, e que o tema deve ser encarado sob o ponto de vista da segurança energética.
O chanceler saudita também falou sobre o Vision 2030 — um programa “ambicioso” que busca melhorar o padrão de vida da população e atrair novas frentes de investimentos. E ainda destacou o papel da juventude e das mulheres para o futuro.
“Cerca de 70% da nossa população estão abaixo de 32 anos de idade. Temos uma população jovem e isso nos dá muita energia. Se pudermos empoderar a juventude, as mulheres, podemos criar cidadãos mais produtivos e felizes e, como consequência, poderemos ampliar a riqueza do país e criar dignidade”.