BRAIP ads_banner

Alexandre de Moraes autorizou megaoperação no dia em que seria sequestrado por golpistas | Política

Redação
por Redação

Relatório da Polícia Federal (PF) sobre o plano de um golpe de Estado por militares do Exército indica que o sequestro do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes seria realizado no dia 15 de dezembro de 2022. Naquela data, segundo as investigações, pelo menos seis pessoas ficaram de prontidão em locais de Brasília por onde o ministro poderia passar. Uma delas era o major Rafael de Oliveira, preso na operação desta terça-feira (19).

Na ocasião, Moraes também determinou a quebra de sigilo bancário, apreensão de passaportes, suspensão de certificados de registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CACs), e o bloqueio de contas bancárias e de 168 perfis nas redes sociais.

A onda de protestos antidemocráticos, que teve como resultado a operação de 15 de dezembro, começou após o segundo turno das eleições gerais, em outubro de 2022. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) não aceitavam a derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Eles obstruíram vias e montaram acampamentos em frente a quartéis do Exército em diferentes cidades.

A operação havia sido deflagrada nas primeiras horas da manhã. À tarde, Moraes participou de julgamento no plenário no STF. Os ministros decidiriam sobre o fim do “orçamento secreto“. Seria a última sessão do ano, mas, como a votação não terminou, eles marcaram uma sessão extra para o dia 19 – véspera do recesso.

Consta no relatório da PF sobre a operação de hoje que o momento crítico das ações dos militares que planejaram o sequestro do ministro começou nas primeiras horas da noite do dia 15 de dezembro de 2022. “As trocas de mensagens indicam que os interlocutores estavam em locais distintos, conforme um planejamento organizado anteriormente”, diz o documento policial.

  • PF detalha cerco de militares contra Alexandre de Moraes

Embora não fique claro o motivo exato pelo qual a missão foi abortada, o adiamento do julgamento sobre o “orçamento secreto” apareceu nas conversas. Um dos integrantes pergunta no grupo criado por WhatsApp para essa operação específica em qual posição deveria ficar e recebe como resposta uma matéria do Portal Metrópoles dizendo que a votação no STF seria adiada para segunda-feira, 19 de dezembro.

Na sequência, alguém diz: “Tô perto da posição, vai cancelar o jogo?” e o mesmo integrante que enviou a reportagem responde: “Abortar… Áustria… volta para o local de desembarque… estamos aqui ainda”.

A operação da PF deflagrada nesta terça-feira prendeu quatro militares das Forças Especiais do Exército, os chamados “kids pretos”, e um policial federal suspeitos de planejarem um golpe de Estado após Jair Bolsonaro perder as eleições em 2022. Eles são acusados de elaborar um plano para matar o ministro Alexandre de Moraes e também o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

  • Plano para matar Lula incluía possível envenenamento em hospital
  • César Felício: Primeira reação bolsonarista após operação indica sensação de cerco

Um dos planos incluía a possibilidade de envenenamento de Lula em hospitais ou “uso de químicos para causar colapso orgânico”. Ainda de acordo com a PF, para que a tentativa de golpe tivesse sucesso, os suspeitos tratavam da necessidade de assassinar Alckmin, que assumiria a Presidência da República em caso de morte de Lula. O objetivo era extinguir a chapa presidencial vencedora.

*Trainee sob supervisão de Joice Bacelo

Fonte: Externa

BRAIP ads_banner

Compartilhe esse artigo