O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), prévia da inflação oficial do país, deve ter desacelerado a alta para 0,23% em julho, de 0,39% em junho, de acordo com a mediana das projeções de 28 instituições financeiras e consultorias ouvidas pelo Valor Data.
Se confirmada a mediana de 0,23%, será a maior para um mês de julho desde 2021, quando registrou 0,72%. No ano passado, houve deflação de 0,07% no mês.
“O valor mais baixo será impulsionado por uma desaceleração acentuada da inflação da alimentação no domicílio e por uma desaceleração nos bens industriais”, diz a equipe do BTG Pactual, ao projetar uma alta de 0,24% para o IPCA-15 de julho.
Na prévia de junho, a inflação da alimentação em casa subiu 1,1%, na esteira das enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, lembra o UBS BB. “A divulgação [de julho] deve ser marcada pela reversão da inflação da alimentação no domicílio”, afirma a equipe em relatório.
Por outro lado, dizem, a gasolina e a energia elétrica devem ter influência altista no índice geral, após reajustes para cima nos preços.
O UBS BB também projeta que a média dos cinco núcleos (medidas para reduzir o efeito de itens voláteis) acompanhados pelo Banco Central subirá 0,27%, desacelerando ante o 0,34% do IPCA-15 de junho
“Esperamos que os números dos serviços permaneçam relativamente elevados, mas não esperamos que as medidas de núcleo acelerem”, diz o BTG.
O Bradesco também tem a avaliação de que os núcleos devem mostrar leve alta, mas por causa dos bens industriais, enquanto os serviços devem “ficar de lado”.
Em 12 meses, a expectativa é que o IPCA-15 de julho acelere para 4,37%, de 4,06% até junho. Se confirmado, esse será o maior valor desde fevereiro deste ano (4,49%) e também o maior para um mês de julho desde 2022 (11,39%).
Neste caso, as projeções variam de 4,24% a 4,47%.