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Essa situação pode ser bastante desafiadora, porém é essencial considerar alguns aspectos importantes, especialmente em contextos como o mercado financeiro, onde a reputação e a credibilidade são fundamentais.
Primeiro, é preciso entender a perspectiva da empresa. O mercado financeiro é altamente regulamentado e sensível a informações que possam ser interpretadas como opiniões da organização. A empresa pode temer que seus colaboradores sejam vistos como porta-vozes, o que pode afetar a imagem institucional.
No entanto, isso não significa que o colaborador deva se anular completamente. É possível construir uma marca pessoal forte, sem violar as diretrizes da empresa em que se trabalha. Se o objetivo é publicar comentários de mercado, uma solução possível é encontrar um meio-termo, como publicar análises de mercado baseadas em dados amplamente divulgados, sem emitir opiniões pessoais ou previsões que possam ser mal interpretadas.
Quanto a postagens sobre política e temas polêmicos, a recomendação da empresa faz sentido do ponto de vista estratégico. O Brasil vive um cenário polarizado, e qualquer opinião pode gerar repercussões inesperadas. Nesse contexto, é prudente manter a neutralidade nas redes sociais, especialmente em áreas como o mercado financeiro, onde a confiança é o pilar das relações.
Então, o que fazer? A dica principal é buscar um diálogo aberto com a liderança. Explique suas intenções e como você pode agregar valor com o seu conteúdo. Em paralelo, invista em outras formas de desenvolver sua marca pessoal: compartilhe conhecimentos técnicos, participe de eventos e escreva artigos em canais especializados. Isso mostra que você está comprometido com o seu desenvolvimento e com o sucesso da empresa.
No fim, é uma questão de equilíbrio: como encontrar a linha tênue entre a liberdade de expressão e a responsabilidade profissional? A chave é alinhar expectativas e encontrar um caminho que respeite tanto os seus interesses quanto os da organização.
Thomas Nader é especialista em HRBP, cultura organizacional, inclusão de pessoas trans no mercado de trabalho, trabalho voluntário para comunidade LGBTQIA+ e processos seletivos inclusivos.
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Esta coluna se propõe a responder questões relativas à carreira e a situações vividas no mundo corporativo. Ela reflete a opinião dos consultores e não a do Valor Econômico. O jornal não se responsabiliza nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.