O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, foi voto vencido em decisão do conselho de administração da estatal na véspera sobre não autorizar uma proposta da diretoria executiva de pagamento de dividendos extraordinários, disseram duas fontes com conhecimento do assunto à agência de notícias Reuters.
A diretoria comandada por Prates tinha proposta de distribuir 50% dos dividendos extraordinários possíveis pelo estatuto, mas conselheiros ligados à União barraram a ideia, disseram as fontes, que falaram na condição de anonimato devido à sensibilidade do tema.
A decisão pela não distribuição de dividendos extraordinários desapontou o mercado, com as ações da empresa recuando mais de 10% nesta sexta (8), o que fez a Petrobras a perder mais de R$ 70 bilhões em valor de mercado no pior momento neste pregão.
Procurada, a Petrobras não comentou o assunto imediatamente.
A Petrobras anunciou na noite desta quinta-feira (7) que encerrou 2023 com lucro líquido de R$ 124,6 bilhões. Esse primeiro resultado da gestão Luiz Inácio Lula da Silva (PT) representa uma queda de 33,8% em relação aos R$ 188,3 bilhões registrados em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL).
Naquele ano, o resultado da estatal foi o maior registrado por uma empresa brasileira. Em 2021, o lucro já havia sido o maior da história da petroleira.
A retração já era esperada. Naqueles dois anos, os retornos excepcionais foram decorrência do aumento do preço do barril de petróleo, impulsionado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia. Em 2023, ocorreu o inverso, as cotações internacionais do petróleo foram mais comportadas.
Na divulgação, a estatal destacou que o barril do tipo Brent teve queda de 18%.