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Produção de aço da CSN iniciará 2025 bem melhor do que em 2023 e 2024, diz Benjamin Steinbruch | Empresas

Redação
por Redação

Depois de dois anos difíceis para a siderurgia brasileira, com a forte entrada de produtos importados, a expectativa é de iniciar 2025 em condições mais positivas, afirmou o CEO e presidente do conselho de administração da CSN, Benjamin Steinbruch.

“Sofremos bastante em 2023 e 2024. Vamos iniciar 2025 bem melhor que os anos anteriores, vendo o [melhor] desempenho do terceiro trimestre e no quarto trimestre”, disse o empresário, em teleconferência com analistas, nesta quarta-feira (13).

Conforme Steinbruch, dentro de casa, o grupo tem tomado todas as medidas para melhorar seu desempenho, incluindo redução de custos, de forma a “conviver” de maneira mais firme com as oscilações de preço e mercado.

“Na mineração, tivemos tudo de positivo em termos de aumento de produção, redução de custos e aumento de vendas. Dentro daquilo que nos compete, fizemos o melhor. Mas tivemos preços caindo e, aí, há muito pouco a ser feito”, afirmou.

Ainda assim, conforme Steinbruch, a CSN está preparada para fazer frente a essas oscilações e não acredita que os preços do minério vão cair abaixo de US$ 100 por tonelada, uma vez que esse nível de preço levaria ao fechamento das operações de custo mais elevado. A previsão é que a commodity seja negociada entre US$ 100 e US$ 120 por tonelada até o fim do ano, diante da expectativa de medidas adicionais de estímulo na China.

“Em algum momento, eles virão com algo mais forte, que vai favorecer o minério”, comentou. Além disso, na avaliação do empresário, ainda não está claro como os países vão reagir a um potencial maior protecionismo dos Estados Unidos na futura gestão Trump, mas tudo indica que haverá uma revisão da geopolítica.

“Cada país vai ter de se defender mais por si só, e a China terá de responder de alguma forma a esse novo modelo com o qual vamos conviver a partir do ano que vem”, analisou. Na mineração, a CSN segue otimista em relação a investimentos, uma vez que a demanda existe, acrescentou.

Negociações sobre InterCement

No negócio de cimentos, a CSN segue registrando recorde de produção e vendas, com operação próxima ao nível máximo de capacidade, e vê um futuro “bastante positivo” para o mercado brasileiro, diante da demanda reprimida por moradias populares e expectativa de elevação dos investimentos em infraestrutura. “Está faltando produto. Se estivéssemos produzindo mais, estaríamos vendendo mais”, afirmou.

A CSN segue em negociações para compra da rival InterCement, e o período de exclusividade das conversas, que havia sido renovado, se encerra no dia 16.

Importação continua a impactar o aço, mas horizonte é ‘muito positivo’

A entrada excessiva de aço importado no país segue influenciando o mercado brasileiro de produtos siderúrgicos, mas há sinais “fortes” que indicam um horizonte “muito positivo”, na avaliação do diretor executivo comercial da CSN, Luis Fernando Martinez.

Conforme o executivo, o crescimento das vendas da companhia, de 11% neste ano, acima do avanço do consumo aparente nacional, da ordem de 9% a 10%, é um dos sinais. Além disso, a siderúrgica tem conseguido reduzir custos de produção de placas, que caminham para o nível de R$ 3 mil por tonelada. “Isso nos credencia a olhar margens melhores nos próximos trimestres”, afirmou.

Do lado dos preços praticados no mercado interno, houve reajustes, que foram compensados pela piora de “mix” (combinação de produtos) no terceiro trimestre. Mas a demanda segue aquecida, sobretudo em aços planos, que rondam os volumes de consumo mais elevados da história. “Em 2025, esse cenário vai se materializar”, afirmou, acrescentando que a CSN já começou a negociar alguns contratos para o próximo ano.

“Em termos de preço, não temos domínio do mercado, mas podemos dizer que a visão é mais positiva para a China, onde a indústria está reagindo”, afirmou. Além disso, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos pode mudar a dinâmica do mercado de aço, acrescentou. A China é a maior produtora de aço do mundo e tem exportado volumes excedentes elevados por causa do mercado interno menos aquecido.

Martinez comentou ainda que, além da elevação da tarifa “antidumping” recém-aplicada pelo governo brasileiro sobre as folhas metálicas chinesas, a expectativa é de adoção de medidas similares para outros produtos siderúrgicos, como pré-pintados, laminados a frio e a quente e zincados nos próximos meses. “Em maio ou junho, devemos ter novos ‘antidumpings’ aplicados”, afirmou.

Fonte: Externa

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