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STF ouve suspeitos de participar de assassinato de Marielle | Política

Redação
por Redação

O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou na segunda-feira (21) as oitivas dos réus suspeitos de participação nos homicídios da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, em março de 2018. O primeiro a ser ouvido por videoconferência foi o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido), que afirmou não conhecer os delatores Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, que o apontam como o mandante do crime.

O depoimento continuará nesta terça-feira às 13h. Na segunda, foi interrompido várias vezes por problemas técnicos de conexão com a penitenciária federal de Campo Grande (MS), onde ele está preso.

Também serão ouvidos: Domingos Brazão, Robson Fonseca, assessor de Domingos conhecido como Peixe, o delegado Rivaldo Barbosa e o Major Ronald. A previsão é que os depoimentos sejam finalizados na sexta-feira (25).

Questionado pelo juiz Airton Vieira, do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, sobre o motivo pelo qual colaboradores o apontaram como o mandante, Brazão afirmou que acredita que Lessa e Queiroz estão “protegendo alguém”.

“Essa pergunta eu tenho feito a mim mesmo e a Deus todos os dias. Por que fomos escolhidos?”.

Durante o depoimento, Chiquinho Brazão buscou demonstrar boa relação com Marielle e chegou a chorar em alguns momentos — principalmente ao falar com familiares que acompanharam o depoimento. Assim como fez no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, em julho deste ano, ele disse que Marielle tem idade próxima de sua filha. Reiterou a boa relação com a ex-vereadora, a chamou de “amável” e disse que havia apenas “discordâncias momentâneas” entre eles.

O deputado tentou afastar eventuais conflitos políticos com a vereadora e disse que houve um pequeno desentendimento antes da votação do projeto de lei (PL) que permitia a regularização fundiária na região de Jacarepaguá, mas natural da atividade legislativa.

Ele negou envolvimento com grilagem de terras e também afirmou que não teve problemas com a esquerda durante sua atuação na Câmara dos Vereadores.

A fala contradiz o colaborador Ronnie Lessa, que disse em seu depoimento ao STF que os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão tinham interesse em dar “uma pancada” no Psol, por isso encomendaram o crime. “A questão deles era o Psol”, disse Lessa, na ocasião.

Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), um dos motivos apontados para que o crime ocorresse foi o Projeto de Lei Complementar 174/2016, cujo objeto era uma flexibilização das exigências ambientais e urbanísticas para “regularização do uso e da ocupação do solo, o seu parcelamento e posterior legalização da construção das edificações” nas regiões de Vargem Grande, Jacarepaguá e Taquara, redutos eleitorais dos irmãos Brazão.

Marielle Franco opôs-se ao projeto, por entender que seria incompatível com as propostas de regularização fundiária voltadas às políticas habitacionais de interesse social, voltadas à população mais carente.

Deputado Chiquinho Brazão, em sessão de comissão da Câmara em 2019 — Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Fonte: Externa

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