Os apagões programados inicialmente para ocorrer durante a madrugada no Equador foram antecipados para o horário diurno, com cortes de luz de até 11 horas diárias ao longo desta semana em todo o país, em meio a uma seca recorde.
“Diante da radicalização das mudanças climáticas nos últimos dias, é necessário redistribuir a suspensão dos serviços elétricos que estava planejada para os próximos dias”, afirmou o Ministério de Energia do Equador em um comunicado no fim de semana.
Na capital Quito, por exemplo, há bairros que terão apagões das 6h às 10h, das 14h às 19h e das 22h às 00h, o que significa que haverá luz durante apenas quatro horas no horário comercial.
A ministra de Energia, Andrea Arrobo Peña, explicou que sua visita à usina hidrelétrica de Mazar, na província de Azuay, no sul do país, impulsionou a decisão de adiantar os racionamentos. O nível do reservatório da represa de Mazar caiu para 2.116,4 metros devido à falta de chuvas, o que reduziu o volume de água armazenada.
Na semana passada, um comitê de emergência liderado pela ministra do Meio Ambiente, Ines Manzano, emitiu um “alerta vermelho” para grande parte do país, à medida que a seca dificulta a geração de hidroeletricidade. Também está ameaçando as colheitas e aumentando os incêndios florestais.
Os cortes de energia desta segunda-feira (23) marcam o terceiro período de apagões no Equador desde o final do ano passado. A crise de eletricidade provavelmente se tornará um tema de campanha das eleições presidenciais, que ocorrem em fevereiro.