Ao participar da Expert, feira de investimentos da XP, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Brasil está pronto para crescer mais do que nos últimos anos, perto de 3%, mas demonstrou preocupação com relatos de empresários sobre a falta de mão de obra. “É preciso ter cuidado ao celebrar o crescimento do PIB”, alertou. “Já estamos tendo gargalos na contratação de força de trabalho”, justificou Haddad.
Entre outros temas, Haddad reforçou o que falou mais cedo em evento da Associação Brasileira de Franchising (ABF) e reafirmou que está feliz com os resultados econômicos de sua gestão, repetindo que a meta de déficit zero do governo continuará sendo perseguida, embora seja improvável que já seja alcançada no fim de 2024, conforme havia prometido anteriormente.
Disse que entende ser do jogo democrático, mas voltou a argumentar que projetos da sua pasta não aprovados pelo Congresso, como o Perse e o fim da desoneração da folha de pagamento, atrapalharam para o cumprimento do objetivo de zerar o déficit já neste ano. Perguntado sobre a possibilidade das críticas do presidente Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter causado ruídos que atrapalharam o trabalho da equipe econômica, o ministro opinou que existe um tabu sobre falar de política monetária e mencionou que, ainda assim, é algo que acontece em todo o mundo, inclusive nos EUA.
“Lembro de falas parecidas do [presidente Joe] Biden e do ex-presidente [Donald] Trump”.
Haddad ainda brincou que o seu trabalho de ministro da Fazenda é mais difícil do que o de presidente do Banco Central. “Tem até livro sobre isso”. O ministro encerrou dizendo que recebe um volume grande de críticas e que o ocupante de cargos públicos precisa saber lidar com isso.
