A divisão de madeira da Dexco tem trazido resultados positivos nos últimos trimestres e a tendência é que o setor continue aquecido e com escassez do material, afirmaram executivos da companhia em teleconferência com analistas nesta quinta-feira (8).
A Dexco produz painéis de madeira, mas também tem linhas de revestimentos cerâmicos e de metais e louças sanitários. Ainda assim, a divisão madeira respondeu por 62% da receita líquida e 85% do Ebitda ajustado e recorrente no segundo trimestre.
A divisão teve aumento de 13% no volume de vendas de painéis no período, na comparação com o mesmo trimestre de 2023.
Henrique Haddad, vice-presidente de madeira da Dexco, analisa que há uma recuperação de vendas do setor moveleiro, que consome os painéis, e também que grandes varejistas estão “voltando ao básico” em seu mix de produtos, o que ajuda o setor moveleiro.
Com a demanda mais aquecida por painéis, a Dexco não fez vendas significativas de madeira em pé no trimestre, estratégia que vinha usando para rentabilizar o ativo florestal quando a ocupação das fábricas de painéis estava mais baixa. No trimestre, ficou em 84%.
Haddad ressaltou que há pouca possibilidade de novos players entrarem no mercado de painéis, mesmo com a demanda aquecida, porque falta madeira no mercado. “Sem floresta, não tem fábrica de painéis”.
Ter suas próprias florestas é um diferencial que a Dexco sempre reforça em conversas com o mercado. Além de ter florestas no Sudeste, a empresa está ampliando sua plantação em Alagoas, o que pode possibilitar investimentos futuros.
Antonio Joaquim de Oliveira, diretor-presidente da Dexco, afirmou que a escassez de madeira deve continuar nos próximos anos e até piorar, porque os pesados investimentos em novas fábrica de papel e celulose “levam toda a madeira disponível e ainda falta”.
A Dexco está negociando aumento dos preço dos painéis, segundo os executivos, justificado tanto pelo preço da madeira quanto da resina usada nos produtos. Haddad, no entanto, reforçou que esse aumento de preço é feito aos poucos, porque a companhia não quer perder sua participação de mercado. Segundo ele, o impacto desse aumento de preço deve começar a aparecer nos resultados da empresa a partir deste mês.