O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só deve se pronunciar sobre o resultado da eleição na Venezuela após se encontrar pessoalmente com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim. A informação foi inicialmente publicada pelo jornal “O Globo”.
Lula e Amorim têm se falado ao telefone todos os dias desde que o homem forte da política externa do presidente viajou a Caracas para acompanhar o pleito. Amorim também conduziu negociações entre Maduro e oposição no último ano e meio a fim de garantir, primeiro, que houvesse eleição e, depois, que elas fossem conduzida com lisura.
O assessor especial encontrou hoje com Maduro e deverá se reunir nas próximas horas com o candidato de oposição, Edmundo González.
Mais cedo, Amorim divulgou nota pedindo “transparência” às autoridades do país para que haja uma acordada verificação dos resultados oficiais que apontaram a reeleição do líder chavista.
As fontes não revelaram o teor da conversa entre Amorim e Maduro. Mas nesta segunda, em meio a uma contestação internacional do resultado, Amorim divulgou uma nota em que afirma que “o governo brasileiro continua acompanhando o desenrolar dos acontecimentos para poder chegar a uma avaliação baseada em fatos”.
Maduro venceu a eleição com 51% dos votos, contra 44% de González, segundo o Conselho Naciional Eleitoral (CNE) do país. O órgão, no entanto, não divulgou as atas eleitorais com o registro dos votos, o que aumenta os questionamentos sobre a lisura da apuração.
“Como em toda eleição, tem que haver transparência, o CNE ficou de fornecer as atas que embasam o resultado anunciado”, escreveu Amorim. “Também não vou endossar nenhuma narrativa de que houve fraude. É uma situação complexa e nós queremos apoiar a normalização do processo politico venezuelano”.