Diretor de marketing e produtos da aviação comercial da Embraer, Alvadi Serpa Junior disse, nessa quarta-feira (19), que a empresa aposta em “roubar” participação de seu concorrente Citation Latitude, da norte-americana Cessna, com o avanço das vendas do Praetor 500. Hoje, o Praetor 500 tem 33% de market share no seu segmento, de jatos executivos de médio porte, ao passo que o Latitude abocanha o restante.
Serpa Junior destacou que essa vantagem se dá, sobretudo, pelas entregas da fabricante concorrente à NetJets, maior empresa do mundo de compartilhamento de aviões. “Com a gente entregando os nossos modelos [à NetJets], é natural o balanceamento”, afirmou.
A NetJets está convertendo sua opção de compra de 250 jatos executivos Praetor 500 em pedidos firmes, disse o executivo. As opções de compra foram anunciadas no ano passado, com um total de US$ 5 bilhões. As opções, por sinal, estariam fora do backlog divulgado pela empresa na aviação executiva de cerca de US$ 4,3 bilhões.
A aposta do executivo no ganho de market share se dá por características mais favoráveis ao Praetor 500, como maior distância de voo. Ele explicou que, no passado, a concorrente Cessna adotava uma política mais agressiva de descontos e que estimulou a vantagem (uma vez que o Praetor é mais novo), mas essa diferença caiu nos últimos quatro anos.
Considerando todo o negócio de jatos executivos no mundo, a Embraer tem um market share hoje de 27%. “Temos potencial para crescer para 30%”, disse o executivo, sem estipular um prazo para o novo percentual. O plano da empresa 2023-2030 prevê um mercado global de 7 mil jatos nos próximos anos, sendo 3.880 no segmento em atuação da brasileira em operação até 2030.
Hoje, o principal mercado da aviação executiva da Embraer é a América do Norte e Caribe, com 57% dos jatos em operação da fabricante (1.015 unidades). A América Latina tem 17%.
