O bitcoin (BTC) opera em queda depois do Relatório de Emprego dos Estados Unidos mostrar uma criação de vagas acima da esperada para maio, mas acumula ganhos de 2,3% em sete dias. O ether (ETH), por sua vez, cai 2,6% no mesmo período.
Segundo Rony Szuster, analista do MB, embora esteja completamente precificada a manutenção dos juros no patamar de 5,25% a 5,5%, o mais interessante será acompanhar a coletiva de imprensa do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, às 15h30 (horário de Brasília), após a divulgação do comunicado do Fomc. “É interessante para tentar entender como o Fed irá se comportar na reunião seguinte, do dia 31 de julho, para a qual a maioria dos players ainda acredita que os juros serão mantidos”, afirma.
No mês passado, os EUA criaram 272 mil empregos, ante 190 mil projetados pelos economistas do mercado financeiro, revelou o Departamento de Trabalho. Em abril, haviam sido criadas 165 mil vagas. Por outro lado, a taxa de desemprego cresceu a 4%, contra expectativa de que se mantivesse nos 3,9% do mês anterior. Outro dado relevante é que o salário médio por hora aumentou em 0,4%, acima dos 0,3% esperados. Os números preocupam os investidores, pois um mercado de trabalho mais aquecido pressiona a inflação e pode levar o Fed a manter os juros elevados por mais tempo.
Perto das 17h40 (horário de Brasília) o bitcoin cai 2,1% em 24 horas, cotado a US$ 69.154 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem queda de 3% a US$ 3.681, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,68 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta desvalorização de 0,82% a R$ 371.114, enquanto o ether recua 1,63% a R$ 19.753 de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) cai 4,6% a US$ 162,41, o BNB (token da Binance Smart Chain) recua 3,4% a US$ 682,13 e a avalanche (AVAX) despenca 7,5% a US$ 33,44.
Bernardo Bonjean, fundador da Metrix, destaca que a oferta de bitcoins em carteiras de investidores de longo prazo continua a subir e atingiu o maior patamar dos últimos três meses. Isso, somado ao saldo líquido positivo de quase US$ 900 milhões nos fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista na semana passada, de acordo com Bonjean, apontam para um movimento de alta mais sustentável para o BTC no futuro.
Entre os ETFs de bitcoin à vista, ontem foi registrado um saldo líquido positivo de US$ 217,7 milhões. O destaque foi o IBIT, da BlackRock, com um fluxo positivo de US$ 349,9 milhões. Por outro lado, o ARKB, da Ark Invest, registrou uma saída líquida de US$ 96,6 milhões e o GBTC, da Grayscale, teve retiradas de US$ 37,6 milhões.
Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, afirma que com o cenário americano ainda gerando incerteza com relação às perspectivas macroeconômicas, a boa notícia fica por conta dos ETFs de bitcoin à vista, que registraram 18 dias consecutivos de entradas líquidas. “Esse movimento, que supera a sequência mais longa anterior, entre 26 de janeiro e 20 de fevereiro, indica forte interesse institucional nesse tipo de ativo”, avalia.