A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de diminuir o ritmo do ciclo de cortes na taxa básica de juros, ao anunciar redução de 0,25 ponto percentual da Selic, para 10,50% ao ano.
“É um crime contra o país a decisão do Copom, de cortar apenas 0,25 ponto da maior taxa de juros do planeta. Não há fundamento econômico para isso e houve divergência de 4 diretores nessa decisão”, escreveu Gleisi na rede social X (antigo Twitter).
“A inflação está sob controle e em queda, o ambiente de investimentos melhora, os empregos também. O nome disso é sabotagem. Contra o desenvolvimento, contra o Brasil. Esta é a consequência da ‘autonomia’ do BC, que permitiu o prolongamento do mandato de uma direção bolsonarista, que faz política e oposição ao governo eleito pelo povo”, acrescentou.
Campos Neto e outros quatro diretores do BC – Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes – votaram pela redução de 0,25 ponto percentual. Todos eles foram indicados para os cargos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os quatro diretores indicados por Lula ao BC – Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira – defenderam a manutenção do ciclo de cortes de 0,5 ponto percentual, mas foram derrotados.
Campos Neto tem mandato no comando do Banco Central até 31 de dezembro de 2024. Depois disso, será substituído por um nome indicado por Lula.
Mais cedo, a dirigente do PT já havia acusado o presidente do BC de insuflar uma “gritaria” no mercado para mudar o ritmo da política monetária em curso.
“Nunca pareceu tão evidente a contradição entre as necessidades do país e os interesses dessa gente. E foi Campos Neto, o presidente do Banco Central, quem insuflou essa onda. Quer aproveitar seus últimos meses de mandato para concluir sua obra de sabotagem ao Brasil e ao governo Lula”, criticou Gleisi.