Em meio a uma crise energética no Equador que provoca racionamento diário de energia elétrica à população, o ministro da Energia equatoriano confirmou neste sábado (27) que a Colômbia se desconectou do sistema de interconexão binacional, o que afeta a estabilidade da rede equatoriana,. Portanto, busca-se seu restabelecimento.
A venda de energia eléctrica da Colômbia ao Equador já estava suspensa, pelo que o corte não tem nada a ver com o fornecimento, mas com a permanência da rede elétrica colombiana no sistema de interligação, explicou o ministro da Energia equatoriano em conferência de imprensa, Roberto Luque. “Eles não estão fornecendo energia para nós ou nós para eles, apenas implica uma questão de frequência de tensão na rede elétrica nacional; é melhor que tenhamos [porque] sendo uma rede grande, torna o nosso sistema elétrico mais estável”, disse Luque.
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Luque explicou que quando aumenta o nível de sedimentos no fluxo de água que alimenta a hidrelétrica Coca Codo – a maior geração do Equador –, as comportas devem ser fechadas para que o material não danifique suas turbinas e ela saia de operação. Com isso, o sistema elétrico equatoriano absorve energia do sistema colombiano, razão pela qual aquele país decidiu se desconectar.
O sistema de interconexão binacional, com capacidade de transmissão superior a 400 megawatts, é implementado por meio de duas linhas de circuito duplo cada, instaladas entre as subestações Pomasqui, no Equador, e Jamondino, na Colômbia. O ministro equatoriano acrescentou que através do diálogo entre representantes das empresas operadoras de energia de ambos os países se procuram mecanismos de restauração.
Sobre o regime de racionamento de energia elétrica, o ministro Luque informou que por causa da melhoria dos reservatórios das principais centrais geradoras, em decorrência das chuvas, não haverá apagões no domingo, mas retornarão na segunda-feira, sem prazo para sua finalidade.
O Equador tem um déficit de geração de 1.000 megawatts por dia, em comparação com um consumo médio de 4.570 megawatts. Segundo dados oficiais, as perdas devido à crise energética são de US$ 72 milhões por dia. A Colômbia também vive uma queda na geração hidrelétrica devido à diminuição dos reservatórios por falta de chuva, embora não tenha atingido o racionamento de energia.
A interconexão elétrica entre o Equador e a Colômbia foi concluída em 2003 através de um acordo aprovado pela Comunidade Andina de Nações como parte de ações de integração regional.